"Minha paixão é a Difusora", diz Marly Ferreira sobre a primeira rádio da cidade
Emissora entrou no ar em 1º de março de 1944, há 78 anos; desses, 38 foram conduzidos pela empresária e mãe de três filhos
Foto: O REGIONAL - Marly Magatti Ferreira diz que equipe da Difusora ‘é uma família’ e que isso transpassa para o ouvinte
Por Guilherme Gandini | 25 de setembro, 2022

Quando a jovem Marly Magatti Ferreira, hoje com 82 anos de idade, passava em frente à rádio Difusora de Catanduva, a sensação era de curiosidade. Ela era ouvinte da emissora, a primeira da cidade e que está em operação desde 1º de março de 1944, há 78 anos. O prédio na esquina das ruas 13 de Maio e Cuiabá, sede da empresa até hoje, era bastante frequentado na época. 

Um dos programas habituais eram os debates entre políticos e o pai de Marly, Venâncio Lima Ferreira, dentista por formação, revolucionário de 1932, ex-vereador e ex-presidente da Câmara, estava bastante envolvido nesse tema. Marly lembra bem que a política era um assunto comum dentro de casa e, como a Difusora era a pioneira, ela virava assunto também. 

O surgimento da emissora está atrelado à Rádio Piratininga, que teve várias estações no interior paulista; depois, ela foi comprada por Waldemar Bauab para, anos mais tarde, ser adquirida por Warley Agudo Romão, ex-marido de Marly, em sociedade com o Dr. Gerson José de Camargo Gabas. Ela assumiria a direção em 1983, após o fim do casamento. 

Para Marly, a principal característica da Difusora e de sua gestão de 38 anos à frente da emissora é o fato de compor uma família. “Os radialistas e funcionários sempre foram prioridade, antes de outros compromissos e eventual lucro”, garante. Isso ajudou a quebrar qualquer preconceito contra uma mulher no cargo direção, diz ela, que é mãe de Warley, Maurício e Lara. 

A Difusora registrou a trajetória da cidade e divulgou carnavais, posses de prefeitos, jogos de futebol e tantos outros fatos que não saem da memória. “Minha paixão é a Difusora”, confessa Marly, que também foi uma das proprietárias da rádio Novo Horizonte e ainda é, ao lado da jornalista Mara Gabas, a gestora da tradicional Ondas Verdes, que entrou no ar em 1986. 

A primeira rádio de Catanduva teve seu sinal irradiado pela primeira vez em 25 de novembro de 1943, de forma experimental, pelas mãos de José Silva Bueno, que construía os transmissores da marca JSB. Fuad Cassis foi o primeiro locutor, ao lado de Aladim Ângelo e Silva, sonoplasta, e Arlindo Camargo, no. A gerência estava por conta de Geraldo Corrêa. 

A “gloriosa jornada” foi anunciada por Cassis no terceiro mês de 1944, ao lado dos advogados Sebastião Bastos e Italo Záccaro, então presidente da Associação Industrial e Agrícola de Catanduva – que viria a ser prefeito na década seguinte.  

“O rádio é divertimento, é notícia, é música, é companhia”, rememora Marly, que transformou a antiga AM em FM, filiando a emissora à rede Mix em 25 de maio de 2020. 

Com programas clássicos, como Chamada Geral e Plantão Policial, e o sertanejo raiz, a Difusora abriu espaço para nomes importantes do rádio catanduvense, como Wilton José, Pedro Gomes, Sebastião Dotti, Carlos Bertim, Jota Machado, Chaves, Diomar Ziviani e tantos outros que, na voz ou na técnica, fizeram parte da história da emissora e dos 100 anos do rádio no Brasil. 

 

 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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