Uma menina de cinco anos de idade foi esquecida dentro de um ônibus escolar, ficando por período ainda indeterminado no veículo, estacionado na garagem da Prefeitura de Catiguá. Ela teria sido encontrada aos prantos por servidores municipais.
O caso ocorreu no dia 16 de abril, e se tornou público no dia 18, após o vereador Leonardo Silva (PL) divulgar o caso na tribuna da Câmara Municipal de Catiguá, durante sessão extraordinária. O parlamentar também divulgou o caso em vídeo nas redes sociais
Foi a partir dessa exposição que a família da criança descobriu o ocorrido. Segundo a mãe da menina, ela chegou no dia 16 em casa chorando e com diversos “medos”. “Ela chegou assustada, chorando e dizendo que ficou sozinha presa no ônibus, não dorme mais de luzes apagadas, não deixa encostar a porta do banheiro e se recusa a voltar a escola”, conta a mãe.
Ela e o marido foram até a Escola Municipal de Ensino Infantil Filomena Pedro Federicci falar com a direção, que teria informado desconhecer a ocorrência. “Apenas disseram que o motorista apareceu com a minha filha e disse que o ônibus havia quebrado”, afirma.
A mulher diz não saber quanto tempo a sua filha ficou “esquecida” no ônibus, mas que estranhou quando o veículo chegou para pegá-la. “Moramos na área rural e chegou atrasado e fez uma manobra que não era de costume. Vimos que não era o motorista habitual.”
Na visita à escola, a mulher pediu a companhia do vereador Leo, como é conhecido, pois estava receosa. Depois, seguiu para a Delegacia de Polícia Civil com um advogado, onde registrou boletim de ocorrência.
Ela afirma que entrou em contato com o Ministério Público em Tabapuã, unidade responsável pela comarca. Sua intenção é obter ase imagens de câmeras para esclarecer os fatos, além de ouvir funcionários envolvidos, para decidir quais as providências tomar.
CASO RECENTE
No mês passado, a Diretoria de Educação de Novais teve que lidar com problema semelhante, quando um aluno de 7 anos foi esquecido dentro de uma van escolar. Ele teria dormido no caminho à escola e não foi acordado pelo monitor, que teria descido junto com as crianças para ir ao banheiro.
O garoto despertou quando o veículo estava em um estacionamento, chorou e gritou por socorro, até pular a janela para buscar ajuda no posto de saúde, onde encontrou o motorista.
“A Prefeitura tão logo tomou conhecimento do caso, imediatamente instaurou sindicância para apurar as responsabilidades e aplicação de eventuais sanções cabíveis e afastou das funções o servidor envolvido”, informou. Também foi ofertado atendimento psicológico à família.
Educação diz que menina ficou ‘alguns minutos’ no ônibus
A Secretaria Municipal de Educação de Catiguá informou que, na data em questão, o veículo que normalmente faz a rota de transporte de alunos da zona rural apresentou problemas mecânicos, sendo necessário acionar um veículo reserva, para que os alunos chegassem em tempo nas unidades escolares e não sofressem prejuízo no atendimento.
Devido à situação emergencial, o veículo reserva foi conduzido por um motorista que não faz a rota com regularidade e não conhece cada criança usuária e a unidade escolar em que elas estudam. “Por esta razão excepcionalíssima, não observou que, durante o trajeto, uma das alunas acabou se deitando no banco e dormindo, fato que foi percebido pelo motorista no final do percurso”, relata.
“Reforçamos que, naquele momento, não restou alternativa à Administração senão solicitar que um motorista devidamente habilitado assumisse a rota, no interesse do serviço público, enquanto aquele que realiza a rota ordinariamente aguardava o socorro, junto ao veículo com problemas”, completa.
Ainda segundo a administração municipal, ao contrário do que vem sendo veiculado, a menina não passou horas dentro do veículo. “A situação total durou apenas alguns minutos. O ônibus deu entrada no pátio às 7h21. E, às 7h48, ela já estava na escola onde estuda, devidamente conduzida por nossa equipe”, afirmou.
“Importante esclarecer que, ao chegarem à unidade escolar, as crianças são aguardadas e conduzidas por inspetores de alunos até o interior das salas de aula, mas como a aluna adormeceu e não desceu do veículo, deduziu-se que ela havia faltado, situação corriqueira na rotina escolar.”
A Secretaria de Educação reforça que a intenção não é minimizar o sofrimento que ela possa ter passado. “Lamentamos a situação e pedimos desculpas à aluna e a seus familiares. Lembramos, porém, que todo e qualquer processo envolvendo seres humanos está sujeito a eventuais falhas, as quais já estão sendo devidamente apuradas e os responsáveis serão punidos.”
Autor