Presidente do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi tenta reverter desde 2021 condenação por improbidade administrativa fruto de ação civil movida pelo Ministério Público. Conforme a denúncia inicial, seu pai Geraldo Vinholi, enquanto prefeito de Catanduva, fez atos de promoção de seu filho, utilizando-se da máquina pública, para elegê-lo deputado estadual em 2014.

Para publicidade do filho, segundo o MP, o prefeito o teria nomeado como presidente do Fundo Social de Solidariedade e, a partir disso, em diversas oportunidades, pai e filho teriam utilizado a estrutura da prefeitura para promoverem-se, sobretudo com discursos e faixas carregando seu nome em eventos públicos, alheios ao setor que ele atuava. Até o site oficial foi utilizado.

Na decisão em primeira instância, em dezembro de 2015, a juíza Ligia Donati Cajon atestou que “não demanda muito esforço a conclusão de que o primeiro e o segundo requeridos fizeram uso indevido da máquina pública para a projeção do corréu Marco no município de Catanduva e região, visando a obtenção de votos em sua candidatura para o cargo de Deputado Estadual.”

Ela mencionou as fotos existentes nos autos do inquérito civil das faixas de agradecimento em nome de Marco Vinholi. Também citou a presença de pai e filho em reunião com o governador, complementando que na ocasião Marco já havia se afastado do cargo para candidatar-se.

A decisão foi mantida pelo Tribunal de Justiça, em segunda instância. “Da leitura das faixas nos eventos e das publicações divulgadas pelo Município de Catanduva emerge de forma cristalina o claro intento de promoção pessoal do então Prefeito do Município e de seu filho, portanto, com ofensa ao disposto na Constituição Federal”, apontou o relator Sidney Romano dos Reis.

PSDB PARA O PL

Reportagem veiculada pela Folha de S. Paulo na última sexta-feira, 26, mostra que a condenação por improbidade agrava o isolamento de Marco Vinholi no PSDB estadual e no Sebrae-SP, em que ele ocupa cargo de diretor técnico. “Nos bastidores, tucanos avaliam que o caso pode acelerar a saída de Vinholi do comando do PSDB paulista”, diz o texto, colocando-o sob risco.

Ligado a João Doria e Rodrigo Garcia, Vinholi foi tragado pelo naufrágio eleitoral da sigla e de seus ex-governadores. Em apuração feita pelo jornal O Regional, ele teria sido o responsável, inclusive, pela recente mudança partidária do prefeito de Catanduva, Padre Osvaldo, que deixou o PSDB e se filiou ao PL. As tratativas de Vinholi teriam ocorrido com Valdemar Costa Neto.