As mulheres são responsáveis pelo sustento de mais de 50% dos domicílios em 10 estados do Brasil. É o que aponta o “Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”, divulgado na última sexta-feira, 25, pelo IBGE.

O estudo analisou a composição domiciliar baseada na relação de parentesco ou de convivência dos moradores com a pessoa responsável pelos domicílios. De acordo com o levantamento, os estados com a maior proporção de unidades domésticas chefiadas por mulheres são Pernambuco, Sergipe, Maranhão, Amapá, Ceará, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba, Bahia e Piauí.

O censo de 2022 demonstrou que o Brasil saltou de 57 milhões de unidades domésticas em 2010 para 72 milhões em 2022. De acordo com o levantamento, do total de domicílios, 35,9% tinham um único responsável. Desses, 50,9% eram homens (37 milhões) e 49,1% mulheres (36 milhões).

Para o IBGE, a análise por sexo mostra mudança importante em relação a 2010. No censo daquele ano, o percentual de homens responsáveis (61,3%) era substancialmente maior do que o percentual de mulheres (38,7%).

Catanduva vai na contramão da estatística nacional. As famílias ainda são chefiadas, na sua maioria, pelos homens. De um total de 44.076 unidades domésticas, 23.522 (53,3%) têm os homens como responsáveis. Pelas mulheres, são 20.554 (46,6%).

Ainda de acordo com o Censo Demográfico, é possível saber que em residências onde não há filhos do casal, os homens também são a maioria dos chefes de família, 7.102 contra 3.350. A mesma tendência é para famílias em que os filhos são do casal, seguindo os homens como os responsáveis pela unidade familiar.

A situação só muda em casas onde o cônjuge não tenha filhos ou enteado. Com esse cenário, a chefia é feminina. Segundo o Censo de 2022, nesses casos, 5.564 domicílios são comandados pelas mulheres.

O grande problema é que o primeiro relatório de transparência salarial e de critérios remuneratórios divulgados em março deste ano pelos ministérios do Trabalho e Empregos e das Mulheres mostrou que as mulheres recebem 19,4% a menos do que os homens.