
O mês de maio é marcado pela campanha Maio Vermelho, voltada para a prevenção, diagnóstico precoce e conscientização sobre o câncer bucal - uma das neoplasias mais incidentes entre os brasileiros, especialmente em homens acima de 40 anos.
Segundo o cirurgião-dentista Fernando Gentile, o conhecimento dos fatores de risco e a realização de exames periódicos são fundamentais para salvar vidas.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 15 mil novos casos de câncer de boca são registrados anualmente no Brasil. A doença pode acometer lábios, língua, gengiva, bochechas e palato, sendo muitas vezes silenciosa em suas fases iniciais.
“A maioria dos pacientes só procura ajuda quando a lesão já está em estágio avançado, o que dificulta o tratamento e reduz as chances de cura. Por isso, campanhas como o Maio Vermelho são essenciais para alertar a população sobre os sinais de alerta”, explica Gentile.
Entre os principais sintomas estão feridas que não cicatrizam, sangramentos, manchas brancas ou vermelhas na boca, dor persistente e dificuldade para mastigar ou engolir. Os fatores de risco incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição solar sem proteção (especialmente para os lábios), infecção pelo vírus HPV e má higiene bucal.
O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e biópsia, e o tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio da doença.
“O dentista exerce um papel essencial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer bucal. Durante as consultas de rotina, fazemos uma avaliação minuciosa de toda a cavidade oral, o que nos permite identificar lesões iniciais ou alterações discretas que muitas vezes passam despercebidas pelo paciente. Quanto mais cedo detectamos um sinal suspeito, maiores são as chances de um tratamento eficaz e com menos impacto para a saúde do paciente”, reforça.
O ideal é que procurar um dentista ao menos duas vezes por ano, ou seja, a cada seis meses, para uma avaliação da saúde bucal e prevenção de doenças como cáries, gengivite e até o câncer bucal. No entanto, pessoas com fatores de risco (como tabagismo, uso de próteses, doenças sistêmicas ou histórico de câncer na família) podem precisar de acompanhamento mais frequente, conforme orientação do profissional.
“Se você ainda não visitou seu dentista este ano ou pelo menos nos últimos seis meses, agora é a hora de agendar sua consulta”, completa.
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