
A FVS Administração e Gestão Judicial, nomeada gestora da Associação Mahatma Gandhi pela Justiça, informou que alguns pagamentos estão pendentes devido a bloqueios judiciais diários enfrentados pela instituição, impedindo qualquer movimentação financeira. O problema, segundo a FVS, começou em 2022, em razão de processos trabalhistas ajuizados contra a OSS.
Apesar disso, a situação do Mahatma Gandhi piorou nos últimos meses. “Atualmente, tramitam aproximadamente 2.800 ações judiciais, sendo 955 delas em fase de execução, gerando bloqueios sucessivos nas contas da entidade. Ressalte-se que tais constrições vêm sendo mantidas desde 2022, não guardando qualquer relação com a presente gestão judicial”, apontou.
A interventora diz que para viabilizar pagamentos mesmo diante dos bloqueios, os ex-diretores do Mahatma Gandhi, afastados pela Justiça no início deste mês, lançavam mão de práticas não usuais sob o ponto de vista financeiro. E frisou: “Essa conduta não será adotada pela atual gestão, que atua em estrita consonância da legalidade, boa-fé e da ordem pública.”
Para driblar a crise, a FVS diz que tem negociado com as prefeituras e que a maioria tem colaborado para a regularização dos pagamentos. “Reiteramos que as atividades e os serviços prestados pela Associação Mahatma Gandhi seguem em pleno funcionamento”, reforçou.
Médicos de Catanduva divulgam nota de repúdio
Médicos que atuam na rede de Atenção Básica de Saúde de Catanduva divulgaram Nota de Repúdio, nesta quarta-feira, 27, diante dos desdobramentos ocasionados pela intervenção na Organização Social de Saúde (OSS) Mahatma Gandhi. Eles confirmaram que a prefeitura e a entidade foram notificadas extrajudicialmente sobre os atrasos salariais. “Mesmo assim, se demonstraram pouco resolutivas, gerando um descaso com os direitos dos trabalhadores.”
No texto, os médicos dizem que havia a promessa de que todos os pagamentos seriam solucionados até 22 de agosto ou, no máximo, até o dia 25. Porém, isso não ocorreu. “Em razão da flagrante falta de organização, responsabilidade e transparência dos órgãos competentes, diversos profissionais permanecem até a presente data trabalhando sem a devida remuneração, sendo submetidos a uma condição injusta, degradante e absolutamente insustentável.”
O grupo pede a regularização imediata dos pagamentos pendentes, transparência sobre a situação atual e futura dos contratos, além de garantias formais de que não haverá reincidência dos atrasos salariais – o que poderá comprometer a assistência prestada à população. “Exigir trabalho contínuo sem a devida remuneração não caracteriza apenas descaso, mas configura desrespeito ético, humano e potencial violação de direitos trabalhistas”, ratificam.
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