O pregão eletrônico de R$ 2,6 milhões agendado pelo Instituto de Previdência dos Municipiários de Catanduva - IPMC para contratação de plano de saúde para os servidores públicos não atraiu interessados. Na linguagem mais técnica, a licitação realizada na segunda-feira, dia 2, foi deserta. O resultado negativo joga pressão sobre o IPMC e deve elevar os custos para o funcionalismo.
De acordo com o diretor superintendente do IPMC, José Roberto Setin, foram solicitados orçamentos a pelo menos 10 operadoras de saúde, mas apenas uma apresentou proposta e foi com base nela que a licitação foi feita. O valor global, entretanto, estava abaixo do indicado e uma das alternativas, agora, é buscar aprovação dos conselheiros para elevar o montante.
“Vou reunir o conselho do IPMC novamente pra gente estudar o orçamento que a gente tem aqui, o que a gente consegue melhorar para abrir uma nova licitação. Abrimos com valor abaixo para preservar o servidor, mas como foi deserta, agora vamos tentar chegar mais próximo do valor do orçamento que a gente tem. O contrato atual vai até outubro”, pontua Setin.
Ele manifestou preocupação com o fato de o plano de saúde abarcar quase 8 mil vidas e lamenta o fato de o caixa designado para custeio do plano ter sido comprometido por ações judiciais que contestaram taxa extra cobrada de novembro de 2018 a maio de 2023. “Se não houvessem as ações, a gente poderia ter feito uma proposta de reequilíbrio melhor à operadora de saúde.”
Questionado, Setin confirmou que à medida que o custo do plano de saúde aumenta, há reflexo no bolso dos servidores, inclusive devido às mudanças nos fatores para exames e consultas. Ele descartou, entretanto, a realização de assembleia para definir a proposta que será feita pelo IPMC. “A gente estuda uma assembleia futura para reestruturar o plano de saúde”, antecipou.
O superintendente do IPMC explicou que, atualmente, o servidor paga 35% do valor do plano coletivo e 60% para o individual. Já a Prefeitura de Catanduva contribui com 8% sobre o salário. “Então o servidor será impactado de acordo com o valor global que vier a nova licitação. Hoje a saúde está muito cara. Principalmente depois da pandemia, ficou mais difícil manter o plano.”
O plano de saúde buscado pelo IPMC precisará oferecer atendimentos médicos, laboratoriais e hospitalares aos servidores e seus dependentes. O contrato atual é com a São Domingos Saúde, que pleiteou reajuste de 35% e, depois, pediu o rompimento, com base no elevado índice de sinistralidade – indicador que mostra a real utilização do plano pelos beneficiários.
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