Leite longa vida sobe 28,5% este ano e está perto de R$ 8 na região
Mentora financeira aponta quatro fatores que contribuem para a alta dos preços do produto e seus derivados
Foto: TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL - Preço do leite e seus derivados estão entre os produtos que mais têm assustado a população
Por Guilherme Gandini | 07 de julho, 2022
Cada vez que o consumidor entra no supermercado, é um susto, e o leite e seus derivados estão entre os produtos que mais têm assustado a população, diante da alta de preços. Este ano, desde janeiro, o leite longa vida ficou 28,5% mais caro, segundo dados do IPCA-15, que mede a inflação até o último dia 15 de junho. Só nos últimos 30 dias, a alta foi de 3,45%, bem acima da média dos alimentos no período, que subiram só 0,25%.  
 
Em pesquisa de preços feita pela reportagem de O Regional em quatro supermercados de Catanduva, os valores variam de R$ 5,99, em uma marca em promoção, até R$ 7,79. Em um dos locais, foram encontrados os dois extremos. Em outro, a variação foi de R$ 6,48 a R$ 7,20. Num terceiro, de R$ 6,99 a R$ 7,41 e, no último estabelecimento pesquisado, de R$ 6,79 a R$ 7,71. 
 
A consulta foi feita por meio de aplicativos nos supermercados Antunes, Proença, Ricoy e Muffato na quarta-feira, 6 de julho. Na região, conforme outros levantamentos divulgados, o valor de um litro de leite longa vida integral já ultrapassa os R$ 8.  
 
“Tem quatro fatores que estão atrapalhando muito a produção. Primeiro, o aumento do milho e da soja, que é a base da alimentação dos animais, que é quase 40% dos custos; segundo, o aumento do preço dos fertilizantes; terceiro, que vai influenciar mais nos industrializados, o aumento da energia elétrica, para produzir o iogurte ou requeijão, você usa máquinas e tem todo um processo industrial; e por último o aumento do combustível, para qualquer produto chegar ao supermercado o transporte é em grande parte pela malha rodoviária, que depende de combustível”, pontua a mentora financeira Silvia Machado.  
 
Os quatro fatores, alguns causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, outros pela situação da economia brasileira, segundo ela, estão concentrados no mesmo produto.  
 
“E o que é pior: não tem a curto prazo previsão do preço voltar. Então o que está acontecendo: está tendo menor investimento dos produtores nessas áreas. O que vai acontecer? Vai aumentar ainda mais o preço. Então se tudo está caro, o leite está um pouco mais caro. Alguns produtos mais refinados vão sofrer mais, outros vão sofrer menos, mas todos estão acima da inflação”, completa.
 
Contribuem para o cenário o período seco de inverno, que tradicionalmente faz os preços do leite subirem, porque o pasto fica mais escasso, prejudicando a produção leiteira. Outros especialistas dizem que, este ano, há como agravante o La Niña, fenômeno climático que acentua a estação seca. 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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