Laura Luiza Protetora será mais uma defensora dos animais na Câmara
Ela foi eleita com 1.046 votos e reforçará o “time” feminino, ao lado de Taise Braz e da também protetora Ivânia Soldati
Foto: Reprodução - Laura Luiza: ‘ou eu parava ou buscava mais recursos para a minha causa’
Por Guilherme Gandini | 16 de outubro, 2024

Na terceira entrevista da série com os novos vereadores eleitos em Catanduva, a Vox FM recebeu Laura Luiza Protetora, do Podemos, que atua pela causa animal há 9 anos e assumirá o cargo público pela primeira vez depois de receber 1.046 votos nas eleições municipais. Ela é um dos quatro rostos novos que vão ocupar as cadeiras da Câmara Municipal a partir de janeiro.

Empresária e estudante de medicina veterinária, Laura fez o primeiro resgate e, de lá pra cá, passou a lutar pelos animais. “Eu vi uma cachorrinha precisando de ajuda e comecei a procurar ajuda. Não encontrei respaldo nenhum e o que eu encontrei foram protetores desesperados por terem muitos animais e muitas dívidas e uma população que não tem como abrigar”, lembra.

Laura, hoje você cuida de quantos animais?

Fui me simpatizando por eles e resgatando. Hoje cuido do meu bolso, que são meus e que não estão para doação, de 16 cachorros, eram 18, mas eu perdi dois este ano. São 16 cachorros, 11 gatos e nove galinhas. Hoje, os que estão para doação ultrapassam os 30. Eu tenho uma rede social voltada só para isso, onde eu coloco os resgates, peço doações e divulgo esses animais.

Você disse que os protetores, de maneira geral, estão com muitos animais e muitas dívidas, e que você toma remédios controlados para conseguir lidar com essas situações que você presencia. Como é que é essa realidade para você hoje?

É uma realidade difícil, dura, mais não tem jeito, a gente tem que enfrentar, não tem o que fazer, encarando essa realidade. Todos os dias tem mais de um [resgate].

Os protetores costumam se unir?

Na verdade, as formas que a gente tem de se ajudar é quando a gente faz um evento, né? E é muito difícil a gente fazer esse evento de forma independente. Então a gente precisa da colaboração da sociedade e de pessoas que queiram organizar. Por exemplo, nós participamos de um evento, foi uma festa junina o ano passado, que envolveu outros protetores. Aí, nessas situações a gente costuma se unir e colaborar, né? Mas, de maneira geral, na rotina do dia a dia, é difícil, cada um tem a sua vida, cada um resgata da maneira que pode, posta do jeito que pode. É um trabalho voluntário. Você precisa trabalhar para sustentar sua família, tem que cuidar do filho, da família, da casa. Uns estudam. A gente se mata para conseguir fazer o que a gente faz.

Você divulgou vídeos de apoio da deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do seu partido, o Podemos, e do deputado estadual Rafael Saraiva, que atua na área de proteção animal. Você vai trazer apoio desse pessoal para a sua causa animal?

Eu pretendo sim trazer projetos em apoio com esses deputados, até porque eles já ofereceram esse apoio, já prometeram esse apoio. Então a partir de janeiro eu vou cobrar esse apoio.

Você já conversou com o prefeito Padre Osvaldo para fazer um trabalho conjunto com o Executivo?

O único contato que eu tive depois da eleição foi no dia que a gente estava comemorando a vitória. Foi o nosso único contato desde então. Mas a gente ainda vai ter muitas oportunidades.

E com a Ivânia Soldati, você mantém contato?

Tenho já faz anos. Inclusive ela foi uma grande incentivadora desse meu caminho de protetora. Na verdade, muitos protetores de Catanduva iniciaram seus caminhos de protetores através dela. Meu primeiro cachorro adotado foi com ela. É uma para juntar com a outra, a gente unir forças para trazer qualidade para os animais.

Saindo da causa animal, você pensa em legislar sobre outros temas?

Eu tenho projetos voltados para as mulheres...

Aliás, o número de mulheres na política ainda é baixo, como você vê isso sendo mulher e por que você decidiu entrar na política?

Na eleição passada eu fui convidada a me candidatar, mas eu não quis, não foi nem pela questão de ser mulher, foi porque eu não queria me envolver com política. Achava que ainda não estava pronta. Na verdade, eu nunca pensei em entrar nesse mundo. Eu cheguei à conclusão de aceitar o convite nesta eleição, eu já sabia que viria [o convite], e nesta eleição veio em peso maior, porque eu fui convidada por mais partidos, porque cheguei ao ponto que eu não consigo mais fazer o que eu faço sozinha. Então ou eu parava ou buscava mais recursos para a minha causa. Então foi por esse motivo e isso que me motivou a aceitar o convite desta vez e me candidatar. Mas realmente, voltando a falar sobre a pauta das mulheres, uma coisa que me chamou muita atenção, apesar de a gente já viver numa sociedade machista, onde as mulheres estão buscando por equidade. Eu cheguei na Câmara para participar da sessão de terça-feira passada e aí você olha em volta os quadros, você não vê quadro nenhum de mulher e só homem, só homem presidiu a câmara. Nenhuma mulher presidiu até hoje. E isso entristece, desmotiva um pouco, né? Então eu entendo essas mulheres que às vezes deixam de procurar, de participar, porque realmente a política também é um meio muito machista ainda.

Agora, com a sua eleição, são três mulheres, a Taise Braz, a Ivânia Soldati e agora entrou você. Qual a importância do papel de vocês três juntas na Câmara?

A representatividade. Nós estamos dando voz às mulheres. A Taise faz um papel importantíssimo nesses quatro anos e tenho certeza que vai fazer mais quatro anos sobre a representatividade das mulheres e das mulheres pretas. Então é importantíssimo a gente estar lá, representar, dar voz às mulheres, porque tem coisa que só a gente entende, não tem jeito, vive na pele.

Você esperava ser eleita? Foi uma surpresa?

Foi uma surpresa. Ainda não caiu minha ficha...

E está preparada?

Estou preparada. Preparadíssima.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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