Justiça concede medida protetiva a estudante após denúncia de racismo e agressões
Caso foi noticiado pela Vox FM no dia 13 e ganhou projeção nacional nos últimos dias
Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução - Caso ocorrido na escola Hebe de Almeida foi registrado como preconceito
Por Da Reportagem Local | 27 de março, 2024

A menina Maria Carolina, de 12 anos, que estaria sofrendo ataques racistas e bullying na escola municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, de Novo Horizonte, obteve medida protetiva junto à Justiça. Com isso, quatro alunos que teriam xingado a vítima de macaca, cabelo de bombril e capacete de astronauta foram trocados de sala, já que a ordem judicial determina que os referidos estudantes se mantenham afastados 100 metros da vítima.

No dia 11 de março, a dona de casa Giovana Aparecida Sabino, mãe de Maria Carolina, registrou boletim de ocorrência por preconceito de raça ou cor. A mãe da vítima afirma que o caso segue em segredo de justiça e que não houve qualquer oitiva até o momento, apenas no dia dos fatos. As declarações dela foram registradas pela rádio Vox FM, que acompanha o caso.

Um dos assuntos especulados é que o fato não teria passado de uma brincadeira, já que na data a menina faria aniversário, porém, Giovana nega. “Esse negócio que foi uma brincadeira de aniversário é mentira. Tanto é mentira que o fato ocorreu no dia 11 de março. A Maria faz aniversário dia 14 de fevereiro. Isso aí foi só uma desculpa que eles deram pra, sabe, abafar o caso, pra dizer que não foi racismo”, rebate.

Somente 11 dias depois do registro do boletim de ocorrência, o prefeito de Novo Horizonte, Fabiano Belentani, veio a público através de vídeo nas redes sociais da prefeitura para falar sobre o ocorrido. No início de seu discurso, ele afirma ser preciso esclarecer os fatos e por isso gravou o vídeo, principalmente devido à repercussão que a ocorrência ganhou nos portais de notícias.

Segundo o prefeito, assim que tomou ciência do episódio, ele entrou em contato com a direção da escola e foi informado que os fatos teriam ocorrido fora da instituição, após a saída dos alunos.

“Inicialmente a preocupação da escola, a preocupação da administração é preservar a identidade das crianças, dos envolvidos, até porque nós estamos falando em crianças, são crianças de 12 anos de idade, nós não estamos falando de adulto, então essas crianças envolvidas nesse fato ou nesse caso que até o presente momento está sendo tratado como um caso de racismo, já de pronto quero deixar muito claro que a administração, a escola, a direção da escola é totalmente contra qualquer tipo de preconceito, seja ele qual for e isso é extremamente combatido dentro da escola”, pontuou o gestor.

Belentani também afirmou que a documentação sobre o ocorrido e imagens de segurança foram entregues à polícia da cidade e que foi realizada reunião no Judiciário, inclusive para alinhar formas de coibir qualquer tipo de preconceito dentro da escola – o que já estaria sendo feito.

“A gente já fez esse levantamento, toda a documentação que a escola tem por conta de todas as advertências que os alunos tomam, de todas as atitudes que a escola toma em relação ao comportamento de um aluno ou de outro aluno, isso é feito um termo, assinado pelos alunos, pelos pais, pelos professores, e todo mundo já foi ouvido pela diretoria da escola, inclusive no dia do fato, a mãe, a aluna, já foi ouvida pela diretora e posteriormente ouvidos os outros alunos que foram indicados também e também os pais desses alunos”, detalhou.

O vídeo de Belentani gerou repercussão nas redes sociais da Prefeitura de Novo Horizonte. Na maioria dos comentários, os internautas cobraram atitude mais austera da administração.

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Bullying se arrasta há dois anos, diz mãe

A denúncia feita por Giovana Sabino é que, no dia 11 de março, cinco alunos da escola municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, sendo quatro da mesma sala que a sua filha, jogaram terra, água gelada e fezes de gato no uniforme da menina. A criança, que possui a pele negra e os cabelos trançados, também teria sido jogada no chão e pisoteada. A vítima passou por exame de corpo de delito. Segundo Giovana, o bullying enfrentado por sua filha acontece há dois anos, desde que ela iniciou os estudos na escola, e nenhuma providência foi tomada pela direção da unidade. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), o caso foi registrado como preconceito de raça ou de cor, perseguição e vias de fato. A investigação está em andamento.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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