Em apenas sete meses deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) bateu seu próprio recorde anual em aberturas de mercado para produtos agrícolas no comércio internacional, conforme os registros da série histórica. A conquista teve a participação do catanduvense Julinho Ramos, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais.
Em entrevista ao jornal O Regional, Julinho explicou os fatores que levaram a esses resultados e apresentou sua visão sobre as estratégias adotadas, os desafios enfrentados e os próximos passos para continuar ampliando a presença dos produtos do agro brasileiro no mercado global.
O Regional: Como se sente ao ver os resultados recordes alcançados pela agricultura brasileira este ano e qual foi a sua contribuição pessoal nesse processo?
Julinho Ramos: Sinto um grande orgulho em contribuir com o desenvolvimento da agricultura do país, que bate recorde após recorde, transformando a agricultura em uma ferramenta de transformação social. Esses impactos são visíveis tanto em nível nacional quanto local, inclusive em Catanduva. As exportações brasileiras atingiram um novo recorde, alcançando US$ 167 bilhões nos primeiros seis meses do ano, com superávit de US$ 42,3 bilhões. Sob a liderança do ministro Carlos Fávaro e do secretário Roberto Perosa, foram abertos 82 novos mercados para a agropecuária brasileira apenas este ano, em 34 países, um marco significativo para o setor, somando total de 160 desde o início de 2023, quando começou o terceiro mandato do presidente Lula.
O Regional: Quais os impactos dessas conquistas para Catanduva e quais produtos se destacaram nas exportações?
Este novo momento também impulsiona as exportações de Catanduva, que somaram US$ 153,1 milhões, aumento de 4,3% em relação a 2023. Destacam-se o açúcar, que totalizou US$ 72,4 milhões; os extratos, essências e concentrados de café, que somaram US$ 50,2 milhões, com alta de 16,1%; e o óleo de amendoim, que representou 12% das exportações, totalizando US$ 18,6 milhões. Esse é o Brasil que queremos: batendo recordes, aumentando nossa capacidade produtiva e gerando emprego e renda para as pessoas. Esse é nosso papel, contribuir através das áreas do governo a diminuir a desigualdade social e a melhorar a vida das pessoas.
O Regional: Quais os principais produtos incluídos nas novas aberturas de mercados?
As aberturas contemplam todos os continentes e incluem não apenas produtos tradicionais do Brasil, como carnes e soja, mas também uma variedade de produtos agropecuários, como pescados, sementes, gelatina e colágeno, ovos, produtos de reciclagem animal, açaí em pó, café verde, frutas, embriões e sêmens.
O Regional: Os recentes recordes são reflexos da confiança no setor produtivo?
Esse novo recorde supera todos os números dos últimos cinco anos: em 2019, foram 35 novos mercados em 22 países; em 2020, foram 74 em 24 países; em 2021, foram 77 em 33 países; em 2022, foram 53 em 26 países; e em 2023, foram 78 em 39 países. A abertura desses novos mercados com certeza demonstra a competitividade e confiabilidade do setor produtivo brasileiro, reconhecido em mais de 200 países por sua qualidade sanitária. Essa expansão internacional impulsiona as exportações, contribuindo para o saldo positivo da balança comercial, gerando divisas, empregos e renda ao homem do campo.
O Regional: Como você avalia o papel das missões internacionais na abertura de novos mercados?
Com a retomada da boa diplomacia a partir do início do mandato do presidente Lula, essas aberturas de mercado são também resultados das missões que realizamos. Foram mais de 30 missões em 16 meses, e só eu, neste ano, participei de mais de 17 missões em quatro continentes. Só no mês passado, foram 6 países e 13 cidades, passando por Japão, China, Reino Unido, República Dominica, Sérvia e Rússia. É um orgulho ser um catanduvense neste momento transformador, contribuindo diretamente para fortalecer e expandir o setor agropecuário brasileiro no cenário global.
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