Jovem que ficou meses com o corpo paralisado conclui faculdade
Foto: Arquivo Pessoal - Patrick Santos formou-se em Gestão da Tecnologia da Informação na Fatec
Patrick Santos foi diagnosticado com a síndrome de Guillain-Barré no início da pandemia, mas conseguiu superar obstáculos
Por Guilherme Gandini | 26 de dezembro, 2024

A formatura de Patrick Santos, 21, no curso de Gestão da Tecnologia da Informação na Fatec encerra um ciclo de desafios e superação. Em 31 de agosto de 2020, ao acordar pela manhã, ele descobriu que não conseguia mais se mexer. Sua família estava em Breves, na Ilha do Marajó, no Estado do Pará, e se preparava para uma viagem de balsa de 18 horas até a Belém.

Sem conseguir fazer qualquer movimento, Patrick foi levado à UPA, onde aguardou leito para o hospital regional e, depois, precisou ser transferido por helicóptero dotado de UTI até a capital paraense. Sua mãe Eliandres Ramos de Oliveira, que aniversariou um dia antes, acompanhou o filho no voo, enquanto o pai, o pastor Paulo Ramos de Oliveira, conduziu o ônibus-palco via balsa.

O veículo de grande porte é moradia e meio de trabalho da família até hoje. O casal faz missões religiosas pelo país. Natural de Catanduva, o religioso é ligado à Igreja Assembleia de Deus - Ministério de Catanduva, e cumpre a agenda evangelística Brasil – por isso estavam tão longe.

Patrick foi diagnosticado com a síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune grave e rara, em que o sistema imunológico passa a atacar as células nervosas, levando à inflamação nos nervos periféricos e da espinha dorsal. A internação no 6º andar do Hospital Ophir Loyola durou um mês. Foi aplicada imunoglobulina intravenosa cinco dias seguidos, 20 doses ao todo.

Após a alta, os neurologistas afirmaram que, dali para frente, o tratamento seria fisioterápico. O jovem ficou seis meses acamado, sem mexer nada. Um amigo de Castanhal, no Pará, abriu as portas de sua casa para a família, já que não havia espaço no ônibus para o acompanhamento do rapaz. Foram longos meses de luta, fisioterapia e muito esforço até dezembro de 2021.

Eliandres diz que a experiência foi terrível, mas que, hoje, ver o filho recuperado, andando, é motivo de alegria. “Ele teve que aprender tudo de novo, escovar o dente, pentear o cabelo, se vestir, e hoje ver ele assim parece um sonho, parece que tudo isso não foi realidade, Graças a Deus estamos de pé, a gente olha pra trás e vê que nossa história valeu muito a pena.”

Formado, Patrick diz que o momento mais difícil ficou para trás. “Valeu a pena ter persistido em não desistir do curso, pois apesar de ter começado estando ainda doente, ele que abriu portas para o emprego que estou hoje. Se eu tivesse desistido, não teria emprego na área que queria. Ainda tenho longo caminho pela frente, desejo fazer especialização na área de programação.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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