O veganismo é uma prática que vem se consolidando com o passar dos anos. Trata-se de um estilo de vida onde as pessoas optam por não consumir qualquer tipo de produto ou serviço que tenha como base a exploração animal. Ainda em 2016, a estudante de Nutrição, Giovana Ramos Rossin, de moradora de Catanduva, interessou-se pelo tema.

Na época, por meio dos documentários “Cowspiracy” e “A carne é fraca”, ela ouviu falar sobre como era a vida dos animais na indústria da carne e o impacto da mesma no planeta. “Lembro de assistir com muita dificuldade, mas quando desliguei estava decidida a parar de compactuar com isso. Parei com a carne vermelha, depois frango e por último, peixe. Foi uma transição rápida, porém necessária e que eu indico para todos que desejam diminuir ou parar o consumo”, diz Giovana.

Até então, ela era apenas vegetariana, mas a partir de 2019, três anos após sua descoberta e depois de coletar mais informações sobre o tema, ela decidiu se tornar vegana de vez e não consumir mais nada de origem animal.

Ela aponta que são diversos os benefícios dessa prática para a saúde humana. Uma dieta à base de plantas e com a diminuição de gorduras saturadas e colesterol, diz Giovana, pode reduzir o risco de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

“Diferentemente dos derivados animais, os vegetais possuem vitaminas antioxidantes que protegem o nosso corpo de doenças, do envelhecimento precoce e do câncer. Para o nosso planeta, significa melhora no aproveitamento de água potável, redução do desmatamento de grandes áreas florestais, redução da poluição e dos gases de efeito estufa”, afirma.

Com esse pensamento formado, ela então decidiu compartilhá-lo com outras pessoas por meio de suas redes sociais, criando o perfil @gigidegusta no Instagram. Foi de lá também que ela teve a ideia de criar sua própria marca vegana, onde produz hambúrgueres vegetais de grão-de-bico, proteína de soja e de mandioca. O objetivo é oferecer às pessoas uma opção saudável e saborosa.

“Eles são vendidos congelados, ideais para o dia a dia corrido, podendo ser preparado em cinco minutinhos na frigideira. A ideia surgiu no começo de 2020, da falta que eu sentia de ter um produto no mercado que fosse vegano só que mais natural, com menos ingredientes, livre de conservantes, proteico e acessível. O maior diferencial, além de totalmente comparável a um hambúrguer tradicional, é ser prático e livre de crueldade”, conta.

Giovana ressalta que para aqueles que desejam começar a inserir práticas veganas na rotina devem, antes de realizar uma exclusão, realizar uma inclusão, especialmente de alimentos de qualidade. “Antes de tirar a carne, sempre aconselho incluir mais vegetais verde-escuros, frutas, legumes e principalmente, leguminosas, como os feijões, grão-de-bico, lentilha e soja, que são o grupo de alimentos que possuem mais ferro e proteína no reino vegetal, quando comparamos à carne.”

Ela ainda destaca o movimento da #segundasemcarne, em que as pessoas são incentivadas a deixar de consumir carne por um dia. Dessa forma, um dia na semana pode virar dois, que pode virar quatro, até que seja algo natural na vida das pessoas.

“Fomos criados para acreditar que a carne precisa fazer parte do nosso prato. Afinal, fazemos isso diariamente a nossa vida toda. Além de ser um hábito difícil de quebrar, também existem muitos mitos e inverdades acerca do vegetarianismo, como por exemplo que é uma dieta baixa em vitaminas, proteínas e minerais como o Ferro e Cálcio. Essas afirmações existem para afastar as pessoas do movimento, fazer com que elas não considerem ter uma vida com menos produtos de origem animal”, esclarece Giovana.

A solução, segundo a jovem, é buscar sempre mais informações. Por esse motivo ela deseja usar cada vez mais suas redes sociais como um canal tanto de desmistificação quanto de apoio para as pessoas que desejam seguir por esse caminho. Com muita paciência, persistência e informação ela acredita que é possível mudar o jogo.