Mesmo com o recuo da inflação em junho, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,08%, o menor resultado para o mês desde 2017, alguns alimentos seguem o caminho contrário e dispararam quase 80% no primeiro semestre de 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O campeão da lista é o morango, que ficou 79,6% mais caro na média brasileira. Em segundo lugar vem a cenoura, que teve aumento médio no preço de 64,19%. Na outra ponta, em primeiro lugar, como o item que mais ficou barato está o limão, com queda de 44%. Quase encostada na fruta, a cebola parece como o segundo alimento mais barato, com recuo de 43,4% na média brasileira.
Para o economista Rica Mello, o que motivou os registros de alta e baixa é uma somatória de três fatores: o clima, o alto preço do dólar até abril, que afetou a cadeia, e a guerra da Ucrânia e Rússia. Até o mês de abril, o tempo não estava tão favorável e o dólar ainda estava com valores um pouco mais elevados. A partir de maio, a pressão de preços internacionais começou a reduzir.
O engenheiro agrônomo Cláudio Giusti de Souza, diretor técnico da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) de Catanduva, conta o que esperar para o segundo semestre de 2023. Ele explica que essa é uma época intermediária, em que normalmente as folhas estão mais em conta devido à facilidade de produção e a diminuição do consumo devido às temperaturas mais amenas. Por outro lado, há frutas em entressafra, como é o caso do limão, por exemplo, o que encarece o produto.
“Já começou a elevar seu preço. Os insumos estão sempre subindo, sobe o adubo, sobe o óleo diesel, sobe calcário, fertilizantes de modo geral e defensivos, então é normal refletir isso no valor final. Um dos produtos mais comercializados é o tomate, e ele tem se mantido em um patamar alto durante todo esse ano, então a gente acredita que aqui no Brasil tudo sobe, mas não desce”, diz.
Além do morango e da cenoura, os alimentos que também tiveram as maiores altas do semestre foram a abobrinha, manga, pepino, melão, repolho, couve e brócolis. E as maiores quedas, além do limão e da cebola, foram laranja bahia, abacate, óleo de soja, banana maçã, pera, banana d'água e banana prata.
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