A saga de um idoso de 74 anos, morador do Parque Flamingo, começou em dezembro do ano passado, quando os primeiros sintomas apareceram: dores nas costas e próximo às costelas. O aposentado, que preferiu não ter seu nome divulgado nesta reportagem, procurou pelo posto de saúde do bairro para consulta e, na sequência, realizou os exames solicitados.  

Além dos problemas de coluna, também foi constatada pedra no rim. O encaminhamento para o especialista, segundo a esposa do aposentado, que também terá seu nome preservado, foi feito no mês de março. De lá pra cá, foram mais de seis meses de sofrimento e penitência, com pelo menos quatro passagens pela UPA, com transporte via Samu em alguns casos.  

Na última segunda-feira, a idosa esteve na unidade de saúde do Flamingo mais uma vez para reclamar da situação do marido. Ela mostrou os exames e pediu que a médica confirmasse o agendamento da consulta com o urologista – que ela não sabia ainda se seria no AME ou no CEM. Para sua surpresa, a resposta foi de que ainda há 179 pessoas na fila, na frente dele.  

Três dias depois, o casal enfrentou mais uma noite em claro na luta contra as dores. Na sexta-feira, ele foi levado mais uma vez à UPA por Sônia Aparecida dos Santos, líder de bairro. “O meu marido vai morrer e depois que vem a consulta?”, ironizou a companheira, confessando tristeza e cansaço com a situação. Ela tem de cuidar, ainda, da mãe acamada, que tem 94 anos.  

PRIORIDADE  

Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o postinho realizou o encaminhamento do idoso ao médico especialista, mas não solicitou prioridade. O setor decidiu antecipar o primeiro atendimento e agendou para 18 de outubro, no AME.  

O Regional questionou ainda se há alguma providência sendo tomada para reduzir as filas de espera das especialidades médicas. O espaço ficará aberto para resposta do setor.