Pré-candidato ao Governo de São Paulo, o ex-ministro e ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad participou de plenária do PT em Catanduva, na sexta-feira, 8. O evento foi prestigiado por militantes, correligionários e apoiadores de diversas cidades da região. Entre as autoridades estavam o presidente estadual do partido, Luiz Marinho, e a ex-deputada estadual Beth Sahão.
Haddad disse estar rodando as cidades para, a partir da coleta de informações e contato com as pessoas, montar seu plano de governo. Ele rechaçou a ideia de que a população de São Paulo é conservadora, por manter o PSDB no poder há tanto tempo. “É equivocada essa afirmação. Na verdade, são forças conservadoras que atuam para manter as coisas como estão”, disse.
Em sua visão, essa atuação das tais forças acaba por intimidar as pessoas. “Essa resistência é construída, são barreiras construídas que precisam ser derrubadas”, afirmou, em meio ao discurso de que as conquistas precisam ser conservadas, mas que há muitas mudanças a fazer.
Refletiu, também, que a juventude poderá mudar esse cenário. “Estamos construindo essa massa crítica. Eles podem vir com a violência que quiserem. Agora é uma geração que sonha em virar essa página de 500 anos de humilhação. Eles olham apenas se está dando lucro ou não, não importa se alguém está passando fome. São extrativistas, usam o povo de carvão”.
Apesar disso, Haddad não se ateve à aliança de seu partido com o PSB, que indicou o ex-tucano Geraldo Alckmin como pré-candidato a vice do ex-presidente Lula (PT) nas eleições. O ex-governador conduziu o São Paulo de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018, tendo sido o político que por mais tempo comandou o governo paulista desde a redemocratização do Brasil.
Inclusive, a indicação de Alcmin pelo PSB foi feita na manhã desta sexta-feira, 8, enquanto Haddad percorria a cidade – ele passou pela Fundação Padre Albino e o Hospital Mahatma Gandhi. Em entrevista coletiva após o evento, o pré-candidato reconheceu “a prioridade pelo PSB” e que a definição da chapa de Lula à presidência passava pelo alinhamento dessa questão.
BOLSODORIA
Em praticamente todos os discursos feitos durante a plenária de Haddad em Catanduva, sobraram críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-governador João Doria (PSDB). Até mesmo a vacina contra a Covid-19, que Doria puxa para si como seu grande trunfo, a ex-deputada Beth Sahão tratou de mencionar. “Não pensem vocês que foi o Doria que fez a vacina. Foram os servidores do Butantan, que se sacrificaram em longas jornadas, sem contar que o Doria queria vender o instituto e só mudou os planos quando chegou a pandemia.”
Dirigindo-se a Haddad, ela afirmou que a região de Catanduva precisa de apoio ao setor industrial, relembrando que até mesmo as indústrias de ventiladores passam dificuldades por falta de incentivos, e auxílios às santas casas. “O Estado de São Paulo está descompromissado em destinar recusos para a área da saúde.”
Já Luiz Marinho, presidente estadual do PT, ocupou-se em elogiar Haddad e afirmou que “não fosse a tal da facada, Haddad teria sido eleito presidente da República”, manifestando confiança no resultado do novo pleito. “É certeza que vamos vencer as eleições”.
Também discursaram o ex-prefeito Félix Sahão, os vereadores Marquinhos Ferreira e Taise Braz, entre outras lideranças petistas. Uma jovem fez sua filiação ao PT, saudada pelos militantes.
REGIÃO
A única menção feita por Haddad à região foi ao relembrar seu pai, que veio do Líbano e montou um pequeno comércio, em sua própria casa, na cidade de Uchoa nos anos 1940. Depois, já na capital, construiu sua família. “Vínhamos de trem todas as férias para visitar os parentes no interior de São Paulo”, contou, emendando elogios à região. “Essa terra é abençoada.”
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