Grigio defende pênalti na estreia do Santo: "saí de casa aos 12 anos e nunca mais parei"
Arqueiro do Catanduva FC relembra trajetória e paixão pelo ofício que surgiu logo aos 6 anos de idade com incentivo do pai e do avô
Foto: FRAN ZANINI - Grigio começou nas categorias de base do Noroeste e passou pelo São Paulo até ir para a Europa; este ano, o foco é o acesso
Por Guilherme Gandini | 27 de abril, 2022

Foi logo aos 6 anos de idade que Matheus José Grigio de Oliveira, o Grigio, hoje com 22, começou a assistir os jogos do Noroeste, em Bauru, sua cidade-natal. O time estava na primeira divisão do Campeonato Paulista. No gramado, os atletas que chamavam sua atenção estavam embaixo das traves, como Rogério Ceni e Marcos. “Nunca perdia um jogo com meu pai, que sempre me incentivou à prática de qualquer tipo de esporte”, relembra.  

Além do gosto pessoal, a influência familiar era evidente: seu pai era goleiro no campeonato amador da cidade, assim como o avô. “Foi aí que decidi seguir essa posição dentro do futebol. Entrei com 6 anos de idade na escolinha “Bate Bola”, em Bauru, lá fiquei até os 11 anos.”  

Com o aprimoramento nas bases da escolinha de futebol, Grigio foi aprovado na peneira para as categorias de base do Noroeste, que ainda fazia parte da elite do futebol paulista. “Desde então nunca mais fiz outra posição dentro das quatro linhas.”  

Grigio jogou pelas categorias de base do Noroeste, no sub-11, até o ano de 2010, quando foi chamado para fazer um teste no São Paulo. Em 2003, com 12 anos, foi morar no alojamento do tricolor paulista, onde permaneceu até 2018, passando pelo sub-15, sub-17 e sub-20.  

“Em 2018, assumi como goleiro do elenco sub-18 do Coritiba/PR, fiquei até 2019, quando fui para a Europa fazer uma passagem no Cova da Piedade, Portugal (na época, na segunda divisão) e quando retornei para o Brasil, voltei para meu time do coração, o Noroeste, disputando a série A3, em 2020”, relata o arqueiro.   

Por conta da pandemia, a competição foi suspensa naquele ano. Em 2021, ao retornar aos gramados, foi transferido para o time do Barretos, também na série A3, eliminado nas quartas-de-final da competição.   

Em abril de 2021, surgiu a oportunidade de atuar no Catanduva FC pela Segunda Divisão do Paulista. “Seria redundante dizer que o futebol e o esporte como um todo representa a minha evolução e conhecimento, pois foi através da bola que fiz viagens e adquiri experiência de vida. Eu saí de casa com 12 anos de idade e nunca mais parei”, declara o jogador.  

Ao postar-se embaixo das traves, Grigio diz sentir um misto de tranquilidade e responsabilidade. “Por incrível que pareça fico mais calmo e tranquilo embaixo do travessão do que ao ficar no banco de reservas. Nesse lugar eu sei que depende de mim o resultado, pois treinamos para isso e sei que meus colegas em campo esperam o melhor de mim.” 

 O goleiro do Santo se diz otimista com a temporada. “Este é um ano onde criamos maiores expectativas, pois agora somos uma equipe com foco no acesso, toda formada e pensada nisso. Agradeço muito esta nova oportunidade e a confiança do treinador Ivan Canela e da diretoria por estar vestindo novamente o manto do Catanduva FC”, ressalta. 

DEFESA DO PÊNALTI 

O ‘santo’ Grigio garantiu a vitória do Catanduva FC em sua estreia no Campeonato Paulista, no domingo, contra a Penapolense, ao defender pênalti nos 45 minutos do segundo tempo. O chute ia pelo canto direito do gol, mas o arqueiro impediu o gol, para alegria dos torcedores. 

Ele garante que a estreia foi melhor do que a esperada. “Segurar os três pontos dentro de casa é importante demais, acredito que tive uma parcela de contribuição nessa conquista. Num momento como esse, onde o risco é grande, tenho comigo muito a conduta do adversário que vai bater. Procurei analisar sua saída, e o corpo fala muito. Desde o posicionamento da bola até o apito do árbitro, milhões de coisas e possibilidades passam na minha frente”, confidencia. 

 

Foto: FRAN ZANINI - Equipe de goleiros tem Pedro Alvim, Matheus Grigio, Felipe Tacone e João Mota; no centro da foto, o preparador Daniel Reis 

DIA DO GOLEIRO 

Sobre a data em homenagem à sua profissão, Grigio lembra que se trata de um ofício desafiador, mas apaixonante. Ele também diz que é preciso determinação. “A posição de goleiro é bem ingrata, uma das que menos tem oportunidade. Se ele é bom fica no clube por muito tempo, por isso o funil se estreita para os novos talentos. Mas acredite, que sempre a hora pode chegar. O goleiro tem que trabalhar e focar... esperar a chance e não perder.” 

 

 

 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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