Greening chega a 44% no cinturão citrícola que envolve Catanduva
Aumento está relacionado ao maior registro histórico de captura de psilídeos em 2023, porém evolução é menor que ano passado
Foto: Cocamar/FotosPúblicas - Foram observadas melhorias no manejo do greening pelos citricultores da região
Por Da Reportagem Local | 08 de setembro, 2024

O levantamento anual da incidência de greening (huanglongbing/HLB), produzido pelo Fundecitrus, indica que a doença subiu de 38,06% em 2023, para 44,35% em 2024 em todo o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, que envolve a região de Catanduva. Este é o sétimo ano consecutivo de crescimento da pior doença da citricultura mundial.

A incidência corresponde a aproximadamente 90,36 milhões de árvores afetadas. No total, são 203,74 milhões de laranjeiras em todo o parque citrícola. O avanço da doença é reflexo do maior registro histórico populacional do inseto que transmite a doença ocorrida ainda em 2023, quando a média de captura por armadilha aumentou 54% em relação a 2022.

Por outro lado, mesmo com a alta, o incremento de 6,29 pontos percentuais na incidência neste ano foi significativamente menor do que o aumento de 13,66 pontos de 2022 para 2023.

De acordo com o levantamento, isso é um bom indicativo de desaceleração da velocidade de evolução da doença, mas o cenário ainda é de preocupação e continua exigindo dos citricultores a adoção de medidas eficazes para a mitigação da doença nos pomares, principalmente com o controle adequado do psilídeo e eliminação de plantas doentes.

“O avanço do greening é uma realidade no nosso parque citrícola há sete anos. Isso não mudou! Os citricultores e profissionais do setor, que estão no dia a dia do pomar, precisam dar sequência ao trabalho que vem sendo feito para a mitigação da doença e o controle eficaz do psilídeo. Não há espaço para relaxamento”, diz o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres.

FATORES RELACIONADOS

Um dos possíveis fatores relacionados à desaceleração da doença é que em boa parte do segundo semestre de 2023 e início de 2024, as temperaturas foram mais altas do que o normal no cinturão citrícola. Nas regiões Norte e Noroeste, onde a doença estava em baixa incidência, foi registrado número maior de dias nos quais as temperaturas máximas foram superiores a 35°C.

Para o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi, isso pode reduzido as novas infecções. “Embora essas ondas de calor não tenham sido suficientes para baixar a população de psilídeos, elas podem ter acelerado o crescimento dos brotos e afetado a multiplicação da bactéria neles, interferindo negativamente na aquisição e transmissão da bactéria pelo psilídeo”, explica.

Também foram observadas ações de melhoria preconizadas pelo Fundecitrus e colocadas em práticas pelos citricultores nas medidas de controle do psilídeo. Além disso, foi mantida a eliminação de plantas doentes. A escolha da área de plantio de novos pomares, com o objetivo de encontrar locais onde a pressão da doença é baixa, favoreceu a redução da incidência.

A BATALHA CONTINUA

A orientação do Fundecitrus é que o manejo do greening deve ser ajustado de acordo com a incidência da doença na região em que se encontra a propriedade. Nas áreas com maior incidência, recomenda-se intensificar as medidas de controle dentro dos pomares comerciais.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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