Golpistas pedem dinheiro casa a casa usando nome da Apae de Catanduva
Eles também estão pedindo dados pessoais dos contribuintes durante a abordagem
Foto: DIVULGAÇÃO/APAE - Equipe de Telemarketing obtém dados por telefone, whatsapp ou e-mail
Por Guilherme Gandini | 21 de abril, 2022
 

A Apae de Catanduva divulgou alerta sobre tentativa de golpe com uso do nome da instituição para pedir doações em dinheiro. Pessoas estariam fingindo ser os mensageiros da entidade – mas não utilizam uniforme e pedem dados pessoais porta a porta. 

As primeiras suspeitas foram detectadas pela equipe de Telemarketing, à medida que recibos começaram a voltar sem pagamento: os contribuintes alegavam que já haviam pagado o valor a outro mensageiro. A situação acendeu o sinal de alerta aos gestores da entidade. 

“Fazendo um atendimento mais detalhado, consegui entender que o mensageiro não era o nosso. Comecei a pedir para nosso mensageiro voltar ao local, se apresentar, explicar como é o serviço”, conta Ligia Coelho, supervisora de Telemarketing da Apae. 

Na semana passada, uma das colaboradoras ligou bastante alterada, reclamando que não tinha sido bem tratada pelo mensageiro da Apae, que sequer quis tirar o capacete e pediu o dinheiro logo. Ele teria afirmado que, a partir de agora, ela deveria pagar somente pra ele. 

“Eles estão se apresentando e falando que a Apae mudou a equipe de mensageiros e que agora é para pagar somente para eles. Essas pessoas não estão uniformizadas, não têm nenhuma característica do tipo de trabalho da Apae. Ficamos muito preocupados”, relata. 

A abordagem da equipe de Telemarketing da Apae é feita por telefone, whatsapp e e-mail. Na conversa, é explicada a importância da doação e, quando a pessoa aceita fazer o auxílio, é gerado um recibo que é passado ao mensageiro, que vai até a casa ou escritório para receber. O pagamento é feito por pix, transferência bancária ou cartões de crédito e débito. 

Os mensageiros estão sempre uniformizados e utilizam uma máquina de impressão fiscal. No recibo entregue ao doador, que é numerado, fica registrado o CNPJ da Apae, razão social, endereço e telefone, o nome e código do contribuinte, além do valor da doação. 

A diretoria da Apae frisa que não obtém recursos financeiros através de débitos automáticos em contas. A equipe que vai até os doadores também não solicita dados pessoais, como tem sido relatado por doadores que possivelmente foram alvo dos golpistas.  

“A pessoa tem que prestar atenção se o mensageiro está com o uniforme da Apae. O recibo é entregue na hora da doação e nele está escrito Apae de Catanduva, a data, horário. Não paguem para qualquer um. Eles estão pegando os dados da pessoa e a Apae não pega dados na rua. Essas pessoas chegam e querem pegar dados, perguntam se pode deduzir na conta de telefone ou pagar à vista em dinheiro. A Apae não faz nada disso”, alerta a diretora Maura Guerreiro. 

Apesar de todas as suspeitas, a entidade ainda busca informações mais detalhadas para registrar boletim de ocorrência. Uma das informações é que os golpistas estariam usando roupa branca, sem nome ou marca. “As meninas do Telemarketing agora estão ligando para fazer esse alerta e dizendo para não dar dinheiro a quem não tem uniforme ou recibo da Apae.” 

Em caso de dúvida, a orientação é que o cidadão entre em contato através do telefone (17) 99200-2504. “Estamos à disposição para os esclarecimentos necessários”, afirma Maura. 

NÚMEROS DA APAE 

A Apae de Catanduva oferece atendimento gratuito a 350 pessoas com deficiência intelectual, múltipla e autismo nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, assistência social, médica, odontológica, psicológica, além de oferecer centro de convivência, hidroterapia, escola de educação especial, coral e atividades complementares, totalizando 100 funcionários.  

Apesar de convênio firmado com os governos estadual e municipal, a Apae precisa de mais recursos para honrar todos os compromissos financeiros, o que é conseguido por meio de doações da população e de empresários da cidade a partir das campanhas promovidas pelo setor de telemarketing. A entidade também promove eventos para angariar fundos.  

De acordo com a Apae, a instituição tem, anualmente, cerca de R$ 5 milhões em despesas, ou seja, R$ 400 mil por mês. Desse valor mensal, R$ 250 mil são viabilizados por verbas e repasses públicos, sendo que o restante é buscado nas demais ações, campanhas e eventos. 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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