Gincana da escola Nestor valoriza cultura e revive história do Brasil
Alunos subiram ao palco caracterizados de antigos governantes do país e fizeram paródias e músicas para retratar fatos de ontem e hoje
Foto: DIVULGAÇÃO - Primeira abordagem foi do professor Thiago Baccanelli, que falou sobre personagens ocultos da Independência
Por Guilherme Gandini | 07 de setembro, 2022
 

Foi contagiante a energia demonstrada pelos alunos da escola estadual Dr. Nestor Sampaio Bittencourt, de Catanduva, durante gincana realizada ontem, dia 6, para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil. A festividade também marcou os 10 anos do Programa de Ensino Integral (PEI) na região, já que a unidade de ensino foi a primeira a adotar o sistema.  

Enquanto a reportagem esteve no local, subiram ao palco alunos representando Getúlio Vargas, Rodrigues Alves e Fernando Collor, em meio a paródias feitas sobre os diferentes períodos da história do país – a República Velha, a Nova República e o Populismo. Uma suposta vítima da ditadura militar, amarrada no pau de arara, causou espanto e chamou a atenção dos alunos.  

Também teve apresentações de dança e música. Em um dos cantos do pátio, tomado pelos alunos, que se dividiam em equipes com as quatro cores da bandeira do Brasil, havia também um mural com as fotos de todos os governantes do país, desde Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), primeiro presidente e uma das figuras centrais da Proclamação da República.  

Os alunos ainda apresentaram cartas de repúdio sobre os temas Racismo, Educação, Violência contra a Mulher e Desigualdade Social, além de grito de guerra, mascote e um cartaz que representava a equipe. A escola foi inteiramente enfeitada sobre o tema, com bandeiras e adereços nas cores verde, amarelo, azul e branco. A atividade envolveu toda a unidade.  

“O propósito foi unir a escola depois da pandemia e, aproveitando os 200 anos de Independência, resgatar, através da área de humanas, um pouco da nossa história, por meio de paródias, músicas e cartas de repúdio, em que os alunos puderem externar seu conhecimento em uma ação cidadã”, explica Rafael Aparecido Flávio, professor de História e Filosofia.  

Segundo o educador, abordar esse tipo de temática não é simples. “Mas ele se torna mais prazeroso quando a gente trabalha uma dinâmica onde os alunos têm que estudar e, através desse estudo, produzir algo. A metodologia ativa que a gente quis colocar nesse projeto foi exatamente isso: o aluno estudar e entender a história para poder construir a música, a paródia e até mesmo a carta de repúdio. Ele coloca em prática o que aprendeu em sala de aula, de forma mais interativa, onde eles podem praticar a sua ação de transformação na sociedade.”  

Na segunda-feira, abrindo a programação, os alunos também assistiram à palestra do professor e historiador Thiago Baccanelli, com o tema “Independência do Brasil e seus personagens ocultos”. A abordagem estimulou os alunos a refletirem e entenderem que a história é viva.    

 

 

"Podemos transformar a sociedade a partir da nossa ação" 

A celebração do 7 de Setembro nesta quarta-feira, feriado nacional, é uma oportunidade para reflexão. É o que afirma o professor Rafael Aparecido Flávio, que atua nas áreas de História e Filosofia. “Se a gente, no passado, não teve no Grito do Ipiranga a participação do povo, hoje nós temos a possibilidade de transformar essa sociedade a partir da nossa ação. Entender o 7 de Setembro se torna algo primordial para conhecer a nossa história e lutar todos os dias contra qualquer forma de retrocesso a esse processo de independência”, salientou o educador. 

Ele relembra que a população brasileira já experimentou o Imperialismo, a Ditadura, a Democracia e outras forma de governo. “A melhor forma, apesar de ela não ser perfeita, ainda é a Democracia. Então nesse dia 7 de Setembro, que a gente possa refletir e pensar que nós estamos a um passo de tomar a decisão, através do voto, e que ele seja realmente reflexivo, pensando no que é melhor, longe de partidarismo, ideias obsoletas e de resgatar ufanismo.” 

“Precisamos lutar por aquilo que realmente nos interessa, que é o povo ter saúde, educação, transporte, segurança de qualidade. Esse é o papel de quem está à frente no governo”, completa. 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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