Gaslighting: psicanalista alerta como identificar o abuso psicológico
Andrea Ladislau diz que caso denuncia triste realidade sobre as formas e mecanismos de violência presentes nas relações pessoais
Foto: Divulgação/Globo - Direção do BBB deu “bronca” em Gabriel e Bruna Griphao e alertou sobre relação tóxica
Por Da Reportagem Local | 26 de janeiro, 2023

A casa mais vigiada do Brasil pegou fogo no último domingo. A direção do BBB23 advertiu ao vivo o casal Gabriel e Bruna Griphao, por conta de atitudes e falas do rapaz, carregadas de machismo dominante, agressividade e ameaças veladas contra a atriz.

Com o objetivo de evitar que a situação chegue a proporções mais sérias, o alerta foi dado e ficou claro que o relacionamento abusivo e tóxico existe e o público já se deu conta disso.

Para a psicanalista Andrea Ladislau, trata-se de um típico caso de abuso psicológico chamado Gaslighting – é um tipo de abuso silencioso, já que não há uma agressão clara. Mas a agressão existe e vem disfarçada de ações que podem camuflar a perversidade do processo em si.

“Uma manipulação sutil, na qual o abusador enfraquece a autoestima, o amor próprio e a confiança da vítima, fazendo com que ela se coloque cada vez mais submissa, dependente e, se anulando a tal ponto que não consiga ter a clareza destes atos perversos e coloque em dúvida suas próprias emoções e seus medos”, expõe a especialista.

No Gaslighting, a vítima quase nunca tem consciência de estar sendo abusada e uma das características deste processo é que o agressor usa estratégias perversas para fazer com que ela tenha dúvidas sobre os fatos e acredite que tudo não passa de invenção, paranoia ou histeria.

“Faz com que ela pense estar sempre equivocada e exagerando em suas proposições. Insultos, agressões verbais, diminuições claras, depreciação, manipulações também são ingredientes que podem ser encontrados nessa rede do Gaslighting”, reforça Andrea.

Uma das principais características desse abuso psicológico é a alteração da percepção de realidade da vítima, que anula sua consciência e cria a negação de que vive em meio a uma atmosfera abusiva. Porém, a carência afetiva desta contribui para sua insegurança e confusão emocional diante dos acontecimentos.

O praticante deste ato tenta passar para a vítima que ele só quer ajudar, mostrando a ela que pode confiar nele e que suas atitudes são para proteger. Porém, se não houver um basta, a relação vai se tornando cada vez mais tóxica e doentia. Entre as consequências para a vítima estão efeitos de maus-tratos mentais severos e em alguns casos até irreversíveis.

“Gaslighting é crime e pode causar muitos danos psíquicos em quem sofre o abuso. O retrato real da nossa atual sociedade, mostrada através das interações comportamentais dentro do Big Brother Brasil, denuncia uma triste realidade sobre as várias formas e mecanismos de violência presentes no universo das relações pessoais que devem ser divulgadas e esclarecidas para a população”, completa a psicanalista.

Ela frisa que, quanto mais orientada e informada a pessoa estiver, mais perceptível fica entender as estratégias de um abuso, principalmente entre as mulheres. “Ao menor sinal de agressão

psicológica, deve-se buscar ajuda profissional, sem medo da exposição. Se faz necessário o resgate da credibilidade, da autonomia, da liberdade de expressão e da autoestima, para evitar o adoecimento emocional que muitas vítimas sofrem por se verem envolvidas e oprimidas por um tipo de perversão camuflada como essa.”

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Da Reportagem Local
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