O atraso no pagamento do vale-salarial, que deveria ter caído nas contas no dia 20 de fevereiro, e da segunda parcela do 13º salário, devido desde dezembro, fez com que colaboradores da indústria de ventiladores Loren Sid cruzassem os braços nesta segunda e terça-feira, 27 e 28.
Conforme os relatos, a empresa teria prometido fazer o pagamento da segunda metade do 13º em cinco parcelas, a partir de janeiro, mas isso não aconteceu. A nova proposta, feita ontem, foi de que o parcelamento começaria no dia 3 de março, com pagamento do vale no dia 10.
Os funcionários não aceitaram e, segundo eles, os gestores ficaram de buscar uma alternativa. Com o pé atrás diante das promessas, os trabalhadores pretendem manter a paralisação das atividades até que algum dinheiro seja pago, por temer que as pendências se avolumem.
“Eles querem dar uma parcela do 13º pra nós, que o [funcionário] que tiver mais aí é R$ 250, no dia 3 ainda. Isso não é nem certeza. Para no dia 10 fazer o vale de 40% que seria já o dia de pagar o salário. Tem gente aqui dentro da empresa passando fome”, falou um dos colaboradores.
Segundo ele, a relação entre empresa e funcionários foi tumultuada no ano passado inteiro. “O ano correu atrasando e empurrando com a barriga. Todo mês atrasou vale e pagamento e média por oito dias. A cesta básica que seria entregue dia 12 nós recebemos nos dias 24 e 25.”
Para completar, a primeira parcela do 13º salário teria sido paga no dia 26 de dezembro passado. “Se você tem o dinheiro no dia 26, você não teria no dia 24 para as pessas passarem um Natal decente? O assalariado espera o 13º para passar a ceia de Natal e Ano Novo com a família.”
Outra reclamação feita pelo funcionário, que está há 14 anos na empresa, é que os depósitos do FGTS teriam sido feitos somente até o ano de 2013, sendo suspensos desde então. Ele ainda critica a suposta omissão do sindicato da categoria e do Ministério do Trabalho.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A Loren Sid produz ventiladores de teto, oscilantes, exaustores e espremedores de frutas e possui cerca de 100 funcionários dos mais de 1,5 mil do passado, segundo afirmam os próprios trabalhadores. A crise da empresa, que está em recuperação judicial, arrasta-se desde 2013.
A reportagem de O Regional tentou contato com a Loren Sid via e-mail, por telefone e presencialmente, na portaria da empresa. Não houve qualquer resposta até este momento.
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