As tão esperadas férias escolares chegaram, e junto com elas vêm as mudanças na rotina das crianças – principalmente no sono. Horários trocados, cochilos fora de hora, noites mal dormidas e até o famoso “jet lag infantil” podem se tornar comuns nesse período. Mas, segundo o pneumologista e médico do sono Fábio Macchione dos Santos, é preciso cuidado para que esse momento de descanso não cause prejuízos à saúde dos pequenos.

“É natural que durante as férias a rotina fique mais flexível. As crianças vão dormir e acordar mais tarde, têm mais estímulos ao longo do dia, e os pais, muitas vezes, relaxam nas regras”, explica o especialista. “Mas o que pouca gente percebe é que o sono bagunçado pode afetar o humor, o apetite, o aprendizado e até o sistema imunológico das crianças”, completa.

De acordo com Macchione, o “jet lag infantil” acontece quando há alteração significativa no relógio biológico da criança, seja por viagens para fusos diferentes ou simplesmente por dormir em horários distintos do habitual. E os efeitos aparecem rápido: irritação, falta de concentração, cansaço excessivo durante o dia e dificuldade para dormir à noite.

O médico destaca que a solução não está em proibir o lazer, mas sim em manter algumas estratégias básicas de regulação do sono infantil, mesmo nas férias.

“Manter um horário limite para dormir, ainda que mais flexível que o do período escolar; evitar telas (celular, TV e videogame) pelo menos uma hora antes de dormir; promover atividades ao ar livre durante o dia, que ajudam a regular o ciclo circadiano e preservar um ambiente escuro, silencioso e tranquilo para o sono”, enumera.

Macchione reforça: “Como médico e pai, eu sei o quanto as férias são um momento de alegria e descontração. Mas com um pouco de atenção à rotina do sono, é possível aproveitar esse tempo sem causar prejuízos para a saúde das crianças.”

O especialista ainda alerta que, quando o sono desregulado se prolongar por muitas semanas, pode ser necessário acompanhamento médico.