Familiares de José Levi Lobato, de 44 anos, que foi a óbito no estacionamento da UPA - Unidade de Pronto Atendimento de Catanduva no dia 26 de fevereiro, registraram boletim de ocorrência por suposta negligência cometida pelos profissionais do local. O documento também foi encaminhado ao Conselho Municipal de Saúde, que poderá apurar o caso.
De acordo com o depoimento registrado por Camila Lobato Moreno, irmã da vítima, com base em relatos, ela passou a acreditar que José Levi não teve a atenção médica adequada no dia do óbito. Camila diz que a família soube dos fatos pelas redes sociais, ao ver uma imagem em que ele estava “aparentementemente desfalecido” – foi quando ela se deslocou à UPA.
"Chegando lá, depararam-se com José Levi no estacionamento recebendo atendimento médico pela equipe do Samu, que tentava reanimá-lo”, consta no B.O.
Um enfermeiro da unidade teria afirmado a Camila que seu irmão chegou ao local via Samu, com o comportamento alterado, e foi conduzido a um assento em uma sala de espera. Antes da abertura da ficha cadastral, o paciente teria recusado atendimento e deixado o local.
“Ocorre que, conforme relatos de populares, quando José teria recusado o atendimento e saído no estacionamento, logo começou a passar mal, apresentando convulsões, tendo uma popular de nome Silmara dito que pediu ajuda na UPA, porém, funcionários a ignoraram dizendo que ninguém poderia atendê-lo do lado de fora”, declarou Camila à Polícia Civil.
NA CÂMARA
O óbito ocorrido na UPA é tema de requerimento do vereador Cesar Patrick (Republicanos), com diversas indagações ao prefeito Padre Osvaldo (PSDB) e ao Hospital Mahatma Gandhi, gestora da unidade. O parlamentar esteve no local, no dia dos fatos, e chegou a postar vídeo nas redes sociais afirmando que, em sua opinião, teria ocorrido negilência no atendimento ao cidadão.
Entre as informações requeridas estão em qual horário o paciente deu entrada na unidade, se chegou via Samu, quais sintomas apresentava e qual tempo levou para ser atendido. Por fim, Cesar Patrick indaga se o paciente poderia ter sido atendido no estacionamento da UPA e se existem registros de imagens do dia do fato ocorrido.
NOTA DA PREFEITURA
A Prefeitura de Catanduva divulgou nota com menção à Guarda Civil Municipal (GCM), que acompanhou a ocorrência na UPA, registrada como morte suspeita. Pelo relato da GCM, a vítima foi levada pelo Samu à unidade, recusou o atendimento médico, tentou deixar o espaço pela ala Covid e, ao dar a volta no prédio, começou a passar mal no estacionamento.
A GCM afirma que a equipe da UPA teria tentado “convencê-lo do atendimento, mas houve recusa mais uma vez”, momento em que o quadro se agravou vindo a perder os sentidos, sendo atendido de emergência em uma viatura do Samu, que tentou reanimá-lo por mais de 30 minutos. O texto não explica, entretanto, porque o socorro não foi prestado pela própria UPA.
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