Família faz rifa para ajudar parente com paralisia a comprar ‘guincho humano’
Jaime Pereira Maciel, morador do Bom Pastor, é paraplégico e vem perdendo o movimento nos braços; arrecadação busca facilitar a vida de todos
Crédito: Arquivo pessoal - Hoje com 57 anos, Jaime Pereira Maciel depende de sua família para conseguir fazer diversas atividades
Por Stella Vicente | 15 de dezembro, 2022

Jaime Pereira Maciel, que hoje mora no bairro Bom Pastor, em Catanduva, começou a trabalhar ainda em sua adolescência como açougueiro. Devido a essa profissão, onde carregava muito peso e tinha contato direto com a friagem das câmaras frias, ele acabou desenvolvendo problemas sérios na coluna. Atualmente com 57 anos, Jaime já passou por diversas cirurgias, mas chegou a um estado irreversível de paralisia que o impede de se movimentar da altura das mamas para baixo.

Por esse motivo, sua família busca arrecadar R$ 3 mil para comprar um aparelho que ajuda pessoas acamadas, popularmente conhecido como “guincho humano” e também realizar melhorias em sua casa, a fim de promover mais independência a ele e facilitar a vida de sua esposa e cuidadora, Francisca Antônia.

O diagnóstico de Jaime para hérnia de disco cerca de vinte anos atrás culminou em sua primeira cirurgia, feita no ano de 2000. Após retirar cinco hérnias de disco na coluna cervical, ele se recuperou e voltou a trabalhar e ter uma vida normal. Porém, em 2012, os problemas começaram novamente e Jaime passou a “travar” sua coluna e as pernas com frequência, fazendo com que caísse várias vezes. Ele já não conseguia ir ao trabalho todos os dias por conta de sua dor, e tomava injeções e medicamentos fortes. O então açougueiro seguia a vida dessa forma, com a ajuda de andador e bengala para firmar suas pernas.

Já em 2016, os médicos fizeram novos exames e decidiram fazer outra cirurgia para a retirada de mais hérnias. Porém, no procedimento, uma das hérnias estava próxima a medula e o líquido do chamado saco dural acabou vazando. Como consequência, a paralisia de Jaime se tornou definitiva, ou seja, ele ficou paraplégico, um quadro irreversível.

Mais tarde, em 2017, Jaime foi encaminhado para o Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, em São José do Rio Preto, onde começou o tratamento de reabilitação para não atrofiar os membros por conta da deficiência. No caso, a fisioterapia era necessária para conseguir fortalecer os membros superiores, já que ele perdeu totalmente a sensibilidade e o movimento dos membros inferiores.

Os médicos do Lucy Montoro fizeram novos exames e falaram que, devido ao vazamento do líquido do saco dural, essa paralisia tende a aumentar ao longo dos anos. Agora, o que começou até na cintura, hoje está na altura das mamas e, de acordo com os médicos, conforme ela vai subindo pelo corpo pode ser necessário que ele faça uma traqueostomia.

A família de Jaime faz o que pode para ajudá-lo, assim como para ajudar Francisca, a esposa que desde a primeira cirurgia sempre cuidou do marido e que recentemente vem apresentando problemas na coluna por conta do esforço feito ao longo dos anos com ele. Segundo a sobrinha do casal, Indiara Oliveira Bastos, hoje o tio não consegue mais levantar coisas pesadas com ambos os braços e, consequentemente, ele não tem mais forças para colaborar com seus familiares para se mover entre a cadeira de rodas, a de banho e sua cama, por exemplo.

“Ele já não consegue mais ajudar como ele ajudava antes. Temos a prancha de locomoção para movimentá-lo, mas antes ele conseguia abraçar e colaborar com essa movimentação, dando força, a qual hoje não tem mais. Agora ele depende 24 horas por dia de alguém do lado dele, porque devido a essas paralisias ele depende de que dê banho nele, a comida ele não consegue tirar da panela, precisa entregar o alimento na mesa. As mãos dele não tem mais sustentabilidade para estar segurando objetos por muito tempo”, explica.

VAQUINHAS

Com isso, a família decidiu que a melhor maneira de ajudar Jaime e também Francisca, que hoje se sustentam apenas com a aposentadoria por invalidez dele e com alguns consertos em roupas que ela faz, foi arrecadar uma quantia em dinheiro. O objetivo principal é comprar um guincho elevador para pessoas acamadas e também fazer melhorias de acessibilidade no banheiro da casa deles, já que não possui a estrutura necessária para que Jaime consiga se locomover com mais facilidade.

"Começamos a fazer essas vaquinhas porque, como ele perdeu a sensibilidade nos braços, e já faz vários anos que a Francisca pega ele sozinho, tira ele da cama, coloca na cadeira de rodas, na de banho, ela começou a ter problemas na coluna. Ela também já não tem mais essa força para tirar ele, porque ele já está pesando 96 kg muito pelo fato de estar na cadeira de rodas, sem poder se movimentar e ter atividades físicas, não conseguindo perder peso facilmente”, completa Indiara.

No momento, a família de Jaime está finalizando duas rifas. Uma é de um Kit Churrasco para 10 pessoas, composto por 1 kg de contra filé, 1 kg de espetinho moído, 1 kg de panceta, 1 kg de linguiça, 500 g de frango e um pacote de pão de alho. O valor do número é R$ 10. Já a outra rifa é a do pix solidário, em que as pessoas compram números também no valor de R$ 10 e concorrem a dois sorteios, que serão realizados no dia 23 de dezembro, no valor de R$ 100 cada. Aos interessados em colaborar de outra forma, a chave Pix do tipo CPF é 017.191.551-86, no nome de Indiara Oliveira Bastos, sobrinha de Jaime. O telefone é o (17) 98165-6009, que pertence à prima de Jaime, Diana.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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