Família catanduvense rifa moto para comprar prótese ortopédica
Paulo Roberto Castor precisou amputar a perna esquerda, depois de passar a vida com dores e dificuldade para caminhar
Foto: Arquivo Pessoal - Prótese possibilitará que Paulo Castor continue trabalhando e ajudando a família
Por Da Reportagem Local | 22 de agosto, 2024

A família de Paulo Roberto Castor está empenhada na venda da rifa de uma moto Honda CG 150 fan preta, modelo 2015, para conseguir o dinheiro necessário para a compra de uma prótese ortopédica no valor de R$ 60 mil, já que ele precisou amputar a perna esquerda. A cirurgia aconteceu no dia 28 de julho.

Aos 8 meses de idade, ele teve poliomielite, a paralisia infantil. Depois, aos 8 anos, iniciou um processo de várias cirurgias, que seguiram até os 14 anos.

“Eu comecei a fazer tratamentos cirúrgicos, na época em Ribeirão Preto, no hospital Santa Lídia. Fiz 11 tipos de cirurgias diferentes para poder desatrofiar a perna, que era atrofiada para trás, para ela poder ficar na posição de caminhar e, assim, a perna ficou bem mais curta que a outra e mais fina também, então não tinha resistência para aguentar o peso do corpo”, lembra. 

Por volta dos 9 anos, Paulo Castor passou a usar um equipamento chamado tutor longo, que consiste na bota e duas hastes que sobem até a virilha, com correias e abotoaduras. “Na linguagem popular, é um aparelho ortopédico”, diz. “Quando era moleque, andava muito, vendia sorvete na rua, enganchava sapato, sempre me ajudou, mas sempre me machucou.”

Apesar de todas as cirurgias, sua perna ficou atrofiada e não dobrava. “O joelho não dobrava, então tinha que andar com a perna reta, a perna dura o tempo todo, andei de bicicleta, depois tirei carta, aprendi a dirigir e tudo mais, mas sempre com a perna reta e sempre machucando”.

Sem conseguir dobrar a perna para mudar o passo, Paulo passou a ter desgaste na coluna. “Isso foi chegando ao ponto que eu estava sentindo muitas dores no pé que eu usava bota, na perna toda, no joelho porque forçava, e na coluna”, completa Castor.

Aos 47 anos, preocupado com as dores, a qualidade de vida e a possibilidade de continuar trabalhando, Paulo sabia que a amputação de sua perna era a única forma de continuar com suas atividades. “Os médicos que eu procurei nunca quiseram fazer essa cirurgia, mesmo sendo a minha vontade, porque eu sabia que do jeito que eu estava, não era viável para mim.”

Recentemente, a amputação finalmente foi feita e Paulo Castor, agora, enfrenta apenas as dores pós-cirurgia. Começou, então, a jornada para conseguir a prótese. “Vai me dar uma condição melhor de locomoção, psicologicamente uma vida melhor”, projeta.

A prótese possibilitará, sobretudo, que Paulo Castor continue trabalhando e ajudando no orçamento doméstico. “Eu não sou aposentado, não recebo ajuda do governo, então as coisas vão apertando, minha esposa trabalha, mas depende de mim também e aí por conta de eu não poder trabalhar desde a cirurgia para cá, e a gente estar gastando, a gente criou essa rifa. Se sobrar um dinheirinho além do que vai arrecadar para a perna, então vai cobrir as contas.”

Foram confeccionados 100 mil números que estão sendo vendidos a 99 centavos. Quem quiser ajudar pode acessar o site https://rifa321.com/campanha/. Há ainda a possibilidade de ajudar com qualquer outro valor. Em caso de dúvidas, o telefone de Paulo Castor é 17 99211-0082.

Autor

Da Reportagem Local
Redação de O Regional

Por Da Reportagem Local | 20 de novembro de 2024
André Trigueiro aborda saúde mental e prevenção ao suicídio em Catanduva
Por Guilherme Gandini | 20 de novembro de 2024
Simpósio sobre neurodesenvolvimento infantil terá série de palestras
Por Guilherme Gandini | 20 de novembro de 2024
Programa Campo Limpo entrega prêmios na escola Darci