Ex-prefeito Geraldo Vinholi é citado em delação da concessionária Ecovias
Ele compõe lista de parlamentares citados por delator que teriam recebido vantagens ilícitas
Foto: ARQUIVO/O REGIONAL - Vinholi classificou a acusação como “incabível” em nota à Folha
Por Da Reportagem Local | 18 de março, 2022

Delação premiada feita por representante da concessionária Ecovias atingiu políticos do PSDB, PT e União Brasil. Entre os citados, está o ex-prefeito de Catanduva, Geraldo Vinholi (PSDB). A informação consta em reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

A concessão engloba as rodovias Anchieta e Imigrantes, ligações da capital do estado com o litoral sul e que abrigam as praças de pedágios com a tarifa individual mais alta do estado: R$ 30,20 para carros.

Em 2020, conforme a reportagem, a Ecovias assinou acordo cível com a Promotoria paulista em que afirma ter havido formação de cartel, pagamento de propinas e repasses de caixa dois em 12 contratos de concessão rodoviária firmados em São Paulo.

O acordo está na casa dos R$ 650 milhões, sendo R$ 450 milhões em obras e R$ 200 milhões para o erário. Ainda há pendência no Conselho Superior do Ministério Público e falta a homologação judicial.

As irregularidades, segundo a empresa relatou, duraram de 1998 a 2015, período que inclui as gestões Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos governos do PSDB.

Segundo a Folha, o delator da Ecovias falou ao Ministério Público sobre a atuação de deputados estaduais da Assembleia Legislativa durante CPI para apurar critérios de concessões de rodovias e cobranças de pedágio, em 1999.

De acordo com o relato, faziam parte da comissão os deputados Geraldo Vinholi (PSDB, à época no PDT), Edmir Chedid (União), Claury Alves Silva (à época no PTB), Roberto Morais (Cidadania), José Zico Prado (PT) e José Rezende (à época no PL).

Segundo o delator, "todos os parlamentares acima identificados teriam sido beneficiados pelo pagamento de vantagens ilícitas, arcadas pelas 12 concessionárias" de São Paulo na época. O pagamento, segundo ele, ocorreu "sob pena de elaboração de um relatório final [da CPI] desfavorável a elas".

Desembargadores do Tribunal de Justiça afirmaram que o caso relativo à CPI de 1999 prescreveu e, por isso, houve extinção da punibilidade dos políticos citados e arquivamento. O documento, porém, volta a citar a Assembleia Legislativa no contexto de nova CPI relacionada aos pedágios, ocorrida em 2014, na qual teria havido pagamento. Desta vez, a título de caixa dois.

À reportagem da Folha de S.Paulo, Vinholi chamou a acusação de "incabível" e que isso pode ter colaborado para a extinção da punibilidade.

"Vale reforçar que, segundo checagem da Folha de S.Paulo, o próprio Tribunal de Justiça (TJ-SP) reconheceu a prescrição do conteúdo e determinou, tempos atrás, o arquivamento do processo", disse, em nota.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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