Os meses de agosto e setembro são marcados por serem a época de reprodução dos escorpiões. Logo, diversas ações vêm sendo promovidas pelo poder público, visando o bem-estar e a segurança da população. Isto porque, a picada de um escorpião pode ter consequências graves em determinados casos.
No estado de São Paulo, já chegou a 20 mil o número de acidentes envolvendo escorpiões, segundo dados do governo estadual, batendo uma média de 94 casos por dia. Somente em 2021, foram 33 mil registros e sete mortes confirmadas. No estado, duas espécies prevalecem, o escorpião marrom e o amarelo, que é mais comum em áreas urbanas.
A dor no local da picada feita pelo animal é sentida de forma quase imediata. Já os sintomas podem variar de acordo com a quantidade de veneno inoculada e também pela massa corporal da pessoa. Segundo Guilherme F. da Silva, médico veterinário, e Tamiris Marion de Souza, bióloga, nas crianças o local da picada pode até mesmo ficar vermelho, inchar e apresentar suor e esses sintomas podem irradiar também para braços e pernas.
“A partir desse momento a criança já apresenta aumento dos batimentos cardíacos e da respiração. Posteriormente, principalmente em crianças até 10 anos, começa o suor pelo corpo, sonolência alternando com agitação, tremores, começa a babar, continua ofegante e com batimentos cardíacos e respiração aumentados. Passado mais algum tempo, pode-se iniciar alguns vômitos, que vão se intensificando”, descrevem os profissionais.
A recomendação em casos como esse é limpar imediatamente o local da picada com água e sabão e aplicar uma compressa morna no local da picada, a fim de aliviar a dor. Porém, o mais importante é procurar atendimento médico logo após o incidente, principalmente para crianças. Assim o paciente recebe o tratamento o quanto antes.
Portanto, fica claro a importância de evitar a proliferação dos escorpiões. Para isso, o poder público e a população podem trabalhar em conjunto para que esses animais não sejam encontrados em locais onde há circulação de pessoas, incluindo as próprias casas.
“Os escorpiões são animais predadores que possuem hábitos noturnos e podem viver longos períodos sem comida e água, escondidos em lugares escuros e úmidos, como fresta, fendas, atrás de móveis, calçados, roupas, panos, redes de esgoto, fossa, entulhos e outros locais”, explicam os especialistas.
Dessa forma, existem diversas maneiras para evitar a proliferação dos mesmos como substituir os ralos pelo tipo de abre e fecha e mantê-los sempre fechados; fechar todas as frestas existentes nas residências; vistorie roupas, toalhas e calçados antes de usar; usar “cobrinhas” de areia nas soleiras das portas; conservar quintal, despensas, garagens e portões limpos, evitando acumular materiais nesses locais.
Região investe em campanhas preventivas
Foto: PREFEITURA DE CATANDUVA - Ralos devem ficar fechados
Além das ações que podem ser feitas pelas pessoas dentro de suas próprias casas, o poder público também pode colaborar. Em Pindorama, por exemplo, o esforço vem sendo feito em uma parceria entre a Unidade de Vigilância de Zoonoses e o setor de Meio Ambiente.
“O poder público promove ações divulgando panfletos ilustrativos pelas residências através de visitas, com cartazes nas Unidades de Saúde do Município, em redes sociais dos Departamentos e Prefeitura, e através de carros de sons”, explicam Guilherme, médico veterinário da Unidade e Tamiris, coordenadora de Meio Ambiente.
Já em Catanduva, a Equipe de Sinantrópico intensificou as ações de prevenção e combate aos escorpiões, promovendo visitas técnicas, busca-ativa e ajuda na orientação aos moradores. Nas ocorrências, eles utilizam uma espécie de “luz negra” que emite luz ultravioleta para ajudar a caçar os animais, que são capturados com a ajuda de pinças. O número para agendar uma visita da equipe é (17) 3531-9200.
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