
A coluna vertebral é a base do corpo humano - estrutura responsável pelo equilíbrio, postura e movimentação. Qualquer alteração em sua formação pode impactar diretamente a qualidade de vida, especialmente na infância e adolescência, fases cruciais do crescimento. Entre essas alterações, a escoliose é uma das mais comuns e preocupantes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a escoliose afeta cerca de 2% da população mundial. No Brasil, mais de 6 milhões de pessoas convivem com a condição, segundo dados de 2023.
A escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral que pode se manifestar já na infância ou adolescência, comprometendo não apenas a saúde física, mas também a autoestima de crianças e adolescentes.
O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações mais graves e garantir o desenvolvimento saudável do paciente, conforme orienta o médico ortopedista e cirurgião de coluna vertebral, Fábio Mendonça, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia.
Existem diferentes tipos de escoliose, sendo a forma idiopática — de causa ainda desconhecida — a mais comum. Ela costuma surgir por volta dos 5 anos de idade, ou durante o estirão do crescimento na adolescência, entre os 11 e 13 anos, sendo mais frequente em meninas.
Segundo o especialista, quando não diagnosticada e tratada a tempo, a curvatura da coluna pode causar dores, desconforto, limitações nas atividades diárias e até comprometer órgãos internos, como pulmões e coração.
“Atendemos recentemente uma paciente de 9 anos com um quadro grave de escoliose causada por neurofibromatose. A curvatura já havia alcançado 60 graus e estava comprimindo o pulmão e o coração, além de provocar dificuldade respiratória”, destacou o médico.
Além dos impactos físicos, a condição também afeta o bem-estar emocional. “A questão estética é muito importante, especialmente nessa fase da vida. A postura comprometida pode gerar insegurança. E, no caso de crianças, o desafio é ainda maior: precisamos corrigir o desvio sem interferir no crescimento e desenvolvimento natural da coluna”, concluiu Fábio Mendonça.
SINAIS E TRATAMENTO DA ESCOLIOSE
A orientação é que pais, professores e cuidadores fiquem atentos a sinais como ombros ou quadris desalinhados, inclinação do tronco para um dos lados, assimetrias visíveis nas costas, roupa que parece “torta” no corpo da criança e queixas de dor nas costas (em casos avançados).
A melhor fase para tratar a escoliose é durante o crescimento, quando o corpo está em formação. As alternativas de tratamento incluem exercícios específicos com fisioterapeutas, uso de coletes ortopédicos, Reeducação Postural Global (RPG) e, em alguns casos, intervenção cirúrgica.
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