Foi-se o tempo em que o funcionário era considerado apenas um número e que o departamento que cuidava dessas questões chamava-se Recursos Humanos. Hoje, mediante tantos problemas gerados pela ansiedade e depressão, esse setor se transformou em Gente & Gestão e muitas empresas têm investido em programas de saúde emocional para cuidar dos colaboradores, transformando o ambiente de trabalho em um espaço de debate saudável e autoconhecimento.
Segundo o psicólogo Edson Mancini Junior, as empresas conectadas às novas tendências estão cada vez mais atentas ao bem-estar psicológico de seus colaboradores, implementando iniciativas que buscam acolher e apoiar os funcionários em suas necessidades emocionais, tanto pessoais quanto profissionais.
“É importante que as empresas olhem para seus funcionários como pessoas completas, e não apenas como recursos humanos. Afinal, cada colaborador carrega preocupações de casa, desafios familiares e questões pessoais que impactam diretamente sua performance no trabalho. Esse cuidado não só melhora o bem-estar do clima organizacional, mas também contribui para a retenção de talentos e engajamento das equipes, além de se tornar um diferencial competitivo na hora de atrair novos trabalhadores”, afirma.
De acordo com o especialista, os programas disponibilizam um psicólogo dentro do ambiente da empresa durante o horário de trabalho e o colaborador pode fazer suas sessões ali mesmo. “Muitas empresas já compreenderam que não é mais possível separar a vida pessoal da profissional, e por isso, oferecer suporte emocional se tornou uma necessidade fundamental.”
Mancini Junior comenta ainda que a campanha Setembro Amarelo, embora seja focada na prevenção ao suicídio, traz à tona debates e medidas que ajudam a quebrar os tabus ainda existentes sobre saúde mental. “Comentários como ‘psicólogo é só para louco’ ou ‘eu não preciso disso, tenho amigos e religião’ ainda são comuns. Mas aos poucos, com informação e programas como esses desconstroem essas crenças e criam uma cultura de cuidado”.
Por fim, ele reforça que o apoio emocional não deve ser responsabilidade apenas dos gestores, que também precisam de suporte para desempenhar seu papel. "Muitas vezes, o gestor está sobrecarregado com demandas de resultados e ainda precisa acolher emocionalmente sua equipe. É fundamental que a empresa ofereça suporte para todos os níveis", conclui.
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