Grande parte das empresas de Catanduva e região tem origem familiar, mas muitas ainda não se preparam adequadamente para os desafios da sucessão. O risco, segundo especialistas em gestão, é comprometer a continuidade dos negócios por falta de líderes preparados.

“O processo de sucessão é inevitável. Em algum momento, toda empresa familiar terá que lidar com a transição de gerações. O problema é que, muitas vezes, isso acontece sem planejamento, o que pode trazer conflitos, perda de competitividade e até o fechamento do negócio”, explica Daniel Mossambani, consultor empresarial que atua com desenvolvimento de líderes e sucessão organizacional.

Um estudo recente da PwC apontou que apenas 30% das empresas familiares conseguem sobreviver até a terceira geração. Para Mossambani, esse dado deve servir de alerta para os empresários da região. “É fundamental profissionalizar a gestão, preparar sucessores e investir em um pipeline de liderança. A empresa que se antecipa nesse processo consegue crescer de forma sustentável e evitar rupturas.”

O especialista reforça que, além da sucessão, as empresas precisam repensar seus modelos de liderança. “A liderança do futuro exige flexibilidade, capacidade de adaptação e visão estratégica. Não é só passar o bastão, mas garantir que quem assume esteja pronto para enfrentar os novos desafios do mercado.”

Para ele, a preparação vai além da técnica: “Quando falamos de empresas familiares, falamos também de emoções e relacionamentos. Por isso, o diálogo aberto, o alinhamento de valores e a clareza de papéis são tão importantes quanto o planejamento estratégico.”