A Câmara de Catanduva realizou uma das sessões mais rápidas dos últimos tempos, nesta terça-feira, 16, em meio a protestos de cidadãos que permaneceram em frente ao prédio em manifesto contra o aumento dos salários dos agentes políticos e do número de cadeiras do Legislativo. No lado externo também havia coroas fúnebres e um caixão com fotos dos vereadores.

Dentro do plenário, foi mantido público restrito e a ordem prevaleceu durante todo o tempo do expediente e votações. As atividades foram encerradas por volta das 18h30.

Quando os vereadores finalizaram os trabalhos, os populares se dirigiram para o lado oposto do prédio, onde fica o estacionamento dos vereadores e alguns deles se exaltaram. Entre os gritos, sobraram cobranças: “Vem dar explicação para o povo aqui, o povo está pedindo”, gritou um dos manifestantes. Um dos líderes populares acabou agredido por uma pessoa não identificada.

Nezio Leite, presidente da OAB Catanduva, esteve em frente à Câmara e entregou uma nota de repúdio com relação à forma como foram conduzidos os fatos. Ele criticou a revogação da lei que determinava a participação popular em audiência pública na aprovação de projetos que tratem sobre aumento de subsídios e do número de cadeiras do Legislativo para a próxima legislatura.

“A forma como foi conduzida, a falta de transparência e a não participação dos cidadãos nesse ato é o que a OAB repudiou. A OAB não repudia, evidentemente, o aumento dos salários ou do número de vereadores na cidade se isso for necessário e legal. A OAB não pode participar de um ato como este feito às escondidas, a falta de transparência prejudica o cidadão”, explicou.

Ele também ponderou que o momento econômico atual também não é favorável para os aumentos que foram concedidos. “Os salários praticamente dobraram e a gente sabe que a inflação não chega a esse nível e todas as classes sociais não têm um aumento desta forma.”

ADIADO

O principal projeto da pauta da Câmara nesta terça-feira, que autorizava a concessão do serviço de Área Azul para a iniciativa privada, recebeu pedido de vistas pelos parlamentares. Para apressar os trabalhos, não foi realizado o tradicional Pinga Fogo, nem as Explicações Pessoais.