Em duas décadas, Catanduva mantém média de oito homicídios ao ano
Três últimos anos revelam redução de todos os índices estatísticos disponibilizados pela SSP
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Família de Wellington e Vanessa foi desmantelada por criminosos em 2019
Por Guilherme Gandini | 09 de março, 2022

Levantamento feito pelo Jornal O Regional no Portal da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo revelou que Catanduva teve oito homicídios dolosos a cada ano, em média, ao longo de duas décadas. Os três últimos anos, porém, apresentam as menores taxas da série histórica iniciada em 2001, com três ocorrências em 2019, cinco em 2020 e cinco em 2021.

Conforme os dados estatísticos, o município contabilizou 159 homicídios dolosos entre 2002 e 2021. Nos primeiros 10 anos desse período, foram 73 casos e, nos 10 anos seguintes, 86 registros.

O ano com maior número de mortes por homicídio, quando há indícios de execução – ação planejada para executar determinada pessoa ou grupo de pessoas – foi 2006, com 13 registros no total. Logo a seguir, aparecem os anos de 2013 e 2015, ambos com 12 ocorrências.

Já as menores taxas foram registradas mesmo nos últimos três anos, com destaque para 2019, o menor índice histórico, coincidindo com os dados do Monitor da Violência de 2022, que confirmou que São Paulo é o Estado mais seguro, com a menor taxa de crimes violentos do país.

De acordo com a SSP, a pesquisa contabiliza o número de vítimas de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte mostra que a taxa de morte violenta de São Paulo ficou em 6,60 a cada grupo de 100 mil habitantes no ano de 2021. Esse número é quase seis vezes menor do que o Estado que apresenta a maior taxa, 30,8.

OUTROS NÚMEROS

As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também apresentam dados anuais de furtos, roubos, além de furto e roubo de veículos ocorridos em Catanduva. Os números dos últimos três anos, nas três categorias, também são os menores de todo o histórico.

No caso dos furto, foram 986, 787 e 806 nos últimos três anos, respectivamente, mas esse índice estava na faixa de 1.500 há dez anos, tendo alcançado o pico de 2.325 no ano de 2003. Quanto aos roubos, foram 86, 58 e 38, na sequência, de 2019 a 2021. O teto foi de 280, em 2012.

Já os furtos e roubos de veículos mostram crescimento entre os anos de 2001 e 2010, passando de 66 para 191 no período. O índice continuou acima de 200 nos anos seguintes, batendo a marca de 333 ocorrências em 2014. Nos últimos três anos, foram 127, 90 e 94, respectivamente.

IMPUNIDADE

O lado cruel dessas estatísticas está relacionado à impunidade, quando os criminosos continuam à solta ou sem serem identificados. É exatamente o caso do empresário Wellington Celli, morto aos 39 anos há quase três anos, sem que a investigação policial tenha sido concluída.

Na madrugada do dia 11 de julho de 2019, quatro criminosos entraram na casa em que ele morava com a esposa e dois filhos pequenos. A chegada dos bandidos foi registrada pelas câmeras de segurança. Vanessa Benevenutto Celli, sua esposa, e o filho de 9 anos, assistiram à execução. “Foi desumano, é inadmissível eles não pensarem que era uma estrutura familiar”, diz a jornalista.

Dos quatro bandidos que entraram na casa naquela noite, apenas dois foram presos. Mais quatro criminosos envolvidos no crime, segundo a Polícia Civil, permanecem foragidos até hoje. Há, ainda, mais um integrante da quadrilha que não está totalmente identificado. “O que eu espero é Justiça, quero que os envolvidos paguem pelo que eles fizeram”, desabafa Vanessa.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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