Depois de adiar duas vezes, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), finalmente esteve em Catanduva nesta sexta-feira, 11, e anunciou a liberação de R$ 48,5 milhões em recursos para a cidade e região. O evento ganhou tom explícito de campanha, inclusive com a confirmação de que Doria se desligará do governo no dia 31 de março para disputar a presidência da República.
O maior montante, R$ 15 milhões, será direcionado às futuras obras de infraestrutura do Residencial Esperança, projeto social da Associação Bom Pastor, em que o prefeito Padre Osvaldo (PSDB) tem interesse direto. Irregular, o loteamento enfrenta problemas na Justiça e sequer foi aprovado pelo Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (Grapohab).
Outros R$ 13,5 milhões serão destinados à reforma e ampliação do Hospital de Câncer de Catanduva, o HCC. Mais R$ 20 milhões serão partilhados por 12 cidades da região na área de educação: Ariranha, Cajobi, Catanduva, Catiguá, Elisiário, Embaúba, Itajobi, Novais, Palmares Paulista, Paraíso, Santa Adélia e Tabapuã. Nesse caso, Catanduva receberá R$ 1,5 milhão.
“Dia de celebração em Catanduva pelo volume de recursos que pudemos oferecer para a cidade e região. Se São Paulo hoje tem caixa para fazer esses investimentos é porque é um governo consciente, que tomou as medidas acertadas com as reformas aprovadas pela Assembleia”, afirmou Doria ao teatro lotado por beneficiários do loteamento e funcionários da FPA.
O governador também aproveitou a oportunidade para entregar a Creche Escola Prof. Nelson Martins, no Parque Glória V, cujas obras começaram em 2015, no mandato de Geraldo Vinholi (PSDB). O filho do ex-prefeito, Marco Vinholi, secretário estadual de Desenvolvimento Regional, estava ao lado de Doria, assim como o secretário estadual de Saúde, Jeancarlo Gorinchteyn.
Em seu discurso, Doria confirmou a candidatura à presidência e afirmou que deixará o governo estadual nas mãos do seu vice Rodrigo Garcia (PSDB), que não estava presente. Relembrou sua história de vida, o exílio do pai na ditadura e os oito anos difíceis vividos somente com a mãe. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), defendeu a vacina e medidas tomadas na pandemia.
“Não errou o governador de São Paulo ao comprar vacina da China. Fomos lá e compramos meio bilhão de reais. Nada substitui a vida. Mortos não consomen, não vão a restaurante, não sentem na mesa de um bar”, ironizou, defendendo a vacinação das crianças e adolescentes. “Governo consciente não trabalha pelo voto, trabalha pela vida”, enfatizou.
PADRE AGRADECE
O prefeito Padre Osvaldo optou pelo caminho dos agradecimentos na oportunidade de usar o microfone e enalteceu a gestão de Doria, colocando-o como apto a governar o Brasil. “Marcou positivamente a história do Estado de São Paulo com um governo municipalista, fez de SP uma potência, levantou a bandeira contra a Covid e olhou com respeito a todos os prefeitos”.
Osvaldo enalteceu a liberação de recursos ao loteamento, um pleito quase pessoal. “Ter um terreno, para ter sua própria casa. Esse é um direito de todo ser humano”, frisou, elogiando a atuação da FPA e emendando pedido de verbas para a construção de uma nova Unidade para Tratamento de Queimados (UTQ), serviço da instituição que é referência estadual.
TRANSPARÊNCIA
O Jornal O Regional encaminhou diversas questões para serem abordadas na coletiva de imprensa com o governador, mas as pautas foram negadas pela assessoria de Doria. O órgão faz a seleção prévia de temas que serão respondidos pelo chefe do Executivo estadual, exigindo temas afeitos ao evento. Três órgãos de imprensa fizeram perguntas previamente aprovadas.
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