Educação perinatal prepara mães e pais para o processo de amamentação
Mês do aleitamento materno traz diversos questionamentos sobre o assunto; profissional da área busca esclarecer dúvidas dos pais de primeira viagem
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Educação perinatal ajuda mães e pais a entenderem o processo de amamentação
Por Stella Vicente | 16 de agosto, 2022

A educação perinatal é um processo que tem como objetivo preparar tanto a gestante quanto seu parceiro (a) sobre assuntos que envolvem a gravidez como, por exemplo, a amamentação. Em agosto é celebrado o Agosto Dourado, que faz referência ao padrão de qualidade do leite materno e busca evidenciar a importância dessa prática.  

Porém muitos pais e mães de primeira viagem têm dúvidas sobre o ato da amamentação em si, o que é completamente normal. Pensando nisso, vários profissionais se especializam e tem como função acompanhar a gestante durante este período especial.  

Larissa Mila Ferreira é doula, consultora em amamentação, fisioterapeuta e laserterapeuta, e explica que, ao contrário do que muitos pensam, os bebês não nascem sabendo mamar e as mães não sabem amamentar. “Infelizmente a amamentação não é instintiva, os bebês sabem sugar, mas não sabem mamar. O processo de amamentar inclui vários fatores, tais como pega correta, posicionamento correto da mãe e do bebê, deglutição, respiração, bochechas do bebê devem vir para fora, não pode formar covinhas durante a amamentação e o bebê não deve fazer sons de estalos”, explica.  

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que os bebês sejam amamentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade. Após este período, o bebê deve começar a receber alimentação complementar, mas deve manter o aleitamento materno até os dois anos ou mais. Porém, na maioria dos casos não é isso que acontece, pois, segundo Larissa, no Brasil a amamentação dura em média apenas 54 dias. Ela atribui este cenário a falta de suporte às mães que amamentam. “Sem rede de apoio muitas mães acabam desistindo de amamentar e recorrendo às fórmulas ou composto lácteo”, esclarece a doula. 

De acordo com a profissional, isso ocorre devido à falta de informação e políticas públicas que visem resolver estas dificuldades. “Na rede pública, o acesso a profissionais capacitados para atender a mulher que amamenta e solucionar os problemas que envolvem este processo ainda é escasso”, expõe Larissa. Ao deixar de amamentar, a mulher enfrenta desafios como mastites, que são inflamações nas mamas; e fissuras mamárias, machucados com sangue nos mamilos. 

“Para que os pais estejam seguros e bem preparados para amamentar existe a educação perinatal, que nada mais é do que um curso ministrado por profissional qualificado, geralmente por consultoras em amamentação. Nele os pais irão aprender tudo sobre o que envolve a amamentação, desde a descida do leite, tipos de leite que sai das mamas, tamanho do estômago do bebê, posições para amamentar, amamentação em livre demanda, como saber se o bebê está realmente mamando, como evitar mastites e machucados nas mamas, armazenamento do leite materno, doação de leite materno, além de noções de primeiros socorros, massagem anti cólicas, higiene e sono do bebê”, detalha. 

O leite materno é rico em vitaminas e anticorpos e extremamente importante para o desenvolvimento do bebê. A amamentação deve ser incentivada e as mulheres precisam receber todo o apoio necessário para que essa prática seja efetiva. Por esses motivos, o Agosto Dourado é celebrado ano após ano, a fim de que este tema seja sempre lembrado e debatido. 

 

 

Foto: IGOR GAGLIARDI - Larissa Mila Ferreira é doula e consultora em amamentação e ajuda mães e pais com a educação perinatal 

 

 

 

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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