A novela das 21h da Rede Globo trouxe à discussão um tema pouco conhecido, mas extremamente sério. A personagem Lígia, interpretada pela atriz Dira Paes, foi diagnosticada com hipertensão arterial pulmonar (HAP), doença rara e de alta gravidade que afeta diretamente a circulação do sangue entre o coração e os pulmões. A exibição do caso na trama reacendeu o debate sobre os sintomas, diagnóstico precoce e importância da avaliação médica.

Segundo o pneumologista Renato Macchione, o grande risco da HAP está justamente no atraso do diagnóstico, já que os primeiros sinais podem ser confundidos com problemas comuns, como cansaço ou falta de ar em esforços leves.

“A hipertensão arterial pulmonar é uma doença séria, progressiva e que pode avançar rapidamente quando não identificada a tempo. Muitas pessoas ignoram a falta de ar achando que é cansaço ou sedentarismo, quando na verdade pode ser um sinal de algo muito maior”, explica.

A doença provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos dos pulmões, aumentando a pressão que o coração precisa fazer para bombear o sangue. Com isso, sintomas como falta de ar, tontura, inchaço nas pernas, cansaço extremo e até desmaios podem surgir.

O pneumologista destaca ainda que os sintomas retratados na personagem Lígia são comuns na vida real e devem sempre acender um alerta.

“Qualquer pessoa que apresenta falta de ar frequente, dificuldade para realizar atividades simples ou sensação de exaustão desproporcional deve procurar avaliação médica. Quanto antes investigarmos, maiores as chances de controlar a doença e garantir qualidade de vida”, pontua o especialista.

A novela, ao abordar o tema com profundidade, ajuda a trazer visibilidade para uma condição que, embora rara, é grave e exige acompanhamento especializado. “A informação é uma grande aliada na identificação precoce da HAP. Quanto mais pessoas compreenderem os sinais, maior a chance de chegarmos ao diagnóstico correto no tempo certo”, reforça Macchione.

A orientação final do pneumologista é clara: falta de ar nunca deve ser considerada normal.