Apesar de quase não se ver propaganda ou movimentação de apoiadores de candidatos nas ruas, a campanha eleitoral já está caminhando para sua reta final. A partir de hoje, estamos há exatos 30 dias da data de votação, que ocorrerá em 3 de outubro.
Na próxima semana, algumas candidaturas terão a chance de se aproveitar de um momento cívico para empolgar os eleitores, já que na quarta-feira, dia 7, o Brasil vai comemorar os 200 anos de sua libertação de Portugal.
Com campanha recheada de símbolos patrióticos, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é ex-militar, planejam aproveitar a data para cativar corações e mentes para a causa da reeleição do candidato.
Nesta eleição, apesar de não contar com a mesma unanimidade de quatro anos atrás, Bolsonaro cultiva diversos apoios fervorosos em Catanduva, ainda que divididos. Um deles é o que orbita a candidatura a deputado estadual do empresário João César Moraes (PL). Em 2018, ele participou da organização de grandes carreatas em favor do futuro presidente, tornando-se uma espécie de referência para parcela dos bolsonaristas de Catanduva.
João César está anunciando em suas redes sociais a realização de uma manifestação na Praça da Matriz, das 8h às 11h. Ao fim do evento, está prevista uma missa pela Pátria. O nome do sacerdote celebrante não foi anunciado, mas é quase certo que não será o prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB).
Isto porque, nesse mesmo horário, o chefe do Executivo municipal estará às voltas com o desfile cívico em homenagem aos 200 anos da Independência do Brasil, cujo trajeto sairá da Praça da República, às 8h, e seguirá até a prefeitura, onde será realizado o hasteamento da bandeira nacional. A previsão é de que tudo esteja concluído por volta das 10h30.
Mais ou menos nesse horário, outra movimentação será realizada em Catanduva. No caso, uma carreata organizada pelo empresário Ricardo Rebelato, com saída às 10h, do Parque do Aeroporto. Neste ano, ele não se candidatou a nada, mas apoia as reeleições do presidente e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
A carreata do grupo de Rebelato foi anunciada há alguns meses. Como ele havia solicitado autorização às autoridades para realizar a atividade, acabou sendo procurado, há alguns dias, por representantes da prefeitura, para que readequasse o horário e trajeto, de modo a que a comitiva não se chocasse com o desfile cívico.
Rebelato garante que as mudanças foram feitas, de modo a que os dois eventos poderão ocorrer em harmonia. Ele não participará do ato de João César, da mesma forma que o candidato também não estará na carreata.
Mesmo candidato, palanques diferentes
O médico Beto Cacciari (PL), que disputa uma cadeira na Câmara Federal, conta que também não foi chamado para participar das atividades de Rebelato e João César. “Eu, particularmente, não tenho nada contra nenhum dos dois. Pelo contrário. Converso com ambos e nos damos bem”, afirma. Na avaliação dele, o bolsonarismo sairia mais fortalecido em Catanduva, se todos os grupos estivessem unidos em um mesmo palanque.
Unir os outros dois expoentes da corrente política em um mesmo barco parece uma tarefa bem mais complicada. Rebelato afirma ter diferenças de métodos e ideias em relação a João César. Na última eleição municipal, ambos não estiveram juntos no mesmo palanque.
“Marquei esta carreata e pedi autorização às autoridades há mais de 90 dias. Se ele (João César) quiser uma união, pode vir e se incorporar à minha carreata. Na dele, eu não participo”, afirma Rebelato.
Por meio de sua assessoria, João César informou que “comparecerá aonde for convidado”. Na opinião de ambos, a fragmentação dos grupos de apoio a Bolsonaro não afetará negativamente o desempenho do presidente em Catanduva.
“Na nossa visão, isso é totalmente saudável. Quanto mais grupos bolsonaristas. Pois Bolsonaro atinge outras camadas da sociedade”, afirmou a assessoria de João César. “Estou trabalhando. Ele faz a parte dele, eu faço a minha e depois, no fim, soma tudo. Mas ele segue de um lado, eu sigo de outro”, disse Rebelato.
Por enquanto, os aliados de Bolsonaro são os únicos a programarem atividades para o feriado do Dia da Independência. Partidários dos demais presidenciáveis não anunciaram qualquer tipo de ato para essa data.
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