Designer catanduvense tem quase 20 anos dedicados à decoração sacra
Católico de formação familiar, Aleandro Boian direcionou seu trabalho às solenidades religiosas e confecção de frontais de altar
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Aleandro Boian diz que o resultado apresentado nas igrejas segue o projeto, com toque a mais de Deus e Nossa Senhora
Por Guilherme Gandini | 25 de julho, 2022
 

Foi ainda na fase escolar que o catanduvense Aleandro Perpétuo Boian, 40 anos, criado e crescido na vizinha Elisiário, descobriu sua aptidão para a área de artes e, sobretudo, às flores. Começou, então, a cuidar da igreja dedicada a Imaculada Conceição, formando arranjos e dando aos ambientes a harmonia que a celebração pedia. Era o primeiro passo de uma longa carreira.  

“Sempre gostei muito de estar a serviço, creio piamente que tudo que sei é dom, dado por Deus, afinal é Ele quem capacita, e de lá em diante, não parei mais”, diz Boian, que estudou na EEPSG Benedito Borges da Silveira, formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Pinhais, no Paraná, em Filosofia pela Universidade de Santos e, atualmente, estuda Teologia pela Fajopa de Marília. O objetivo, diz, é futuramente cursar História e Artes pra finalizar o mestrado em Direito Canônico.  

A primeira atuação profissional na área de floricultura e decoração foi aos 20 anos. “Foi na Magia das Flores de saudosa memória da Cidinha, ela foi uma grande mãe e mestra na minha vida, lá aprendi aprimorar aquele dom que havia recebido, num primeiro instante como funcionário, até que ela percebeu que eu não poderia ficar preso ali e deveria voar”, conta.  

De lá pra cá, são praticamente 19 anos de profissão. Católico de formação familiar, Boian direcionou seu trabalho às solenidades religiosas de várias denominações. Depois, dedicou-se mais profundamente à confeção dos famosos frontais de altar – um diferencial no segmento.  

“São peças em veludos que levam apliques e acabamento que deixam a frente do altar mais digna e harmoniosa. Todos são confeccionados a mão, corte a corte, pedaço a pedaço, com os prospectos de cada solenidade e cores litúrgicas”, explica o profissional que, nesse contexto, passou a ser observado e chamado pelos padres e comunidades cristãs.  

“Nunca fugindo dos princípios básicos, nunca deixando de expor realmente o verdadeiro sentido daquela celebração, pondo sempre em destaque o foco central. Por exemplo, se for novena do padroeiro, sempre busco sua história, como foi sua vida, formas de expor onde o belo possa ser ressaltado e levar o fiel a meditar sobre a sua vida e chegar até Deus”, completa.  

Questionado sobre o trabalho de que mais tenha se orgulhado, ele despista. “Orgulho-me de todos os meus trabalhos, citar algum em si seria injusto da minha parte, afinal cada caso é um caso, cada trabalho em sim tem suas particularidades e detalhes.”  

Mas acabou por confessar que, após retomar os trabalhos no pós-pandemia, a Semana Santa deste ano foi motivo de satisfação. “Cuidei de quatro paróquias, sendo que às vezes desdobrava horários pra poder no tempo pedido estar tudo pronto. Foi um grande desafio, mas se eu for contar de cada trabalho executado ah ficaria tempo aqui tecendo comentários...”  

Ele também se diz orgulhoso por cuidar da Igrjea Matriz de São Domingos de Gusmão. “É a igreja mãe da nossa Diocese, onde carinhosamente deixo ela sempre harmoniosa para as celebrações. Falo com carinho dela pois ali repousam os restos mortais do saudoso Padre Albino, do qual esperançosos aguardamos pela sua beatificação.”  

NAS MÃOS DE DEUS E DE NOSSA SENHORA  

Aleandro Boian diz que a diferença de um trabalho para outro está no capricho, na dedicação, no zelo por cada detalhe. No seu caso, ele usa flores naturais e permanentes, dependendo o pedido do cliente – que hoje se expandem para outras localidades, sobretudo em Minas Gerais. “Hoje posso dizer que meus clientes são meus melhores amigos, incluindo os padres.”  

O profissional frisa que o resultado apresentado nas igrejas segue o projeto elaborado, mas que muitas vezes o desfecho é outro. “Deixo tudo nas mãos de Deus e de Nossa Senhora pra me auxiliarem, e eles dão um toque a mais, afinal, tudo é para a honra e glória deles. Mas isso me deixa feliz e a vontade, porque meus clientes confiam em mim e sabem da minha capacidade.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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