O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE encerrou na quarta-feira, 7, o trabalho de coleta do Censo Demográfico de 2022. A etapa foi marcada por apresentação dos dados preliminares em sessão aberta à comunidade no auditório Prof. Edgard Antunes, no Paço Municipal. A exibição foi acompanhada por representantes do poder público e da sociedade civil.
“São dados preliminares ainda, o IBGE fará a divulgação oficial no dia 28 de junho, então pode ser que altere algum número”, salientou Edson da Silva, coordenador de área de Catanduva, que foi responsável pela apresentação dos números. Ele utilizou uma sequência de slides no telão.
Quanto à contagem populacional, o Censo de 2010 contabilizou 112.820 moradores. Já em 2022, a apuração presencial terminou com 112.182. A média por domicílio, em 2010, era de 3,01, passando para 2,62. Na área rural, eram 3,17 moradores por residência, baixando para 2,85.
Para o cálculo da população final, o IBGE levará em conta 1.350 domicílios que não foram recenseados por recusa, levando em conta a média de moradores por imóvel. Essa quantidade, de cerca de 3.500 pessoas, será somada ao total de 112.182 verificados in loco pelos agentes – o que deve fazer com que Catanduva alcance a marca aproximada de 115.700 habitantes.
Segundo o IBGE, em 2010, Catanduva tinha 41.736 domicílios recenseados; no ano passado, foram 52.522. Desses, 44.061 foram contabilizados de forma presencial, internet ou telefone. Ficaram de fora os moradores dos 1.350 domicílios que não atenderam os recenseadores.
“Batemos de porta em porta e eles negaram essas informações para o IBGE e à sociedade em geral, que são fundamentais para nossas políticas públicas e privadas”, lamenta o gestor sobre as recusas. Houve registro, inclusive, de casos de agressões físicas contra os agentes.
O IBGE registrou, ainda, 6.376 domicílios vagos, em que não moram ninguém, 2.038 de usos ocasionais por pessoas que não residem na cidade, 12 domicílios coletivos com moradores, como hotéis e pensões, 20 coletivos sem moradores e, por fim, 15 domicílios improvisados – são pessoas que moram nas ruas, embaixo das pontes e dentro de vagões de trem.
Edson da Silva diz que o trabalho mostrou que surgiram novas atividades econômicas, como fábricas, construção civil, comércio e prestação de serviços – apesar do prejuízo financeiro e das mortes causadas pela pandemia. Também houve sensível aumento de loteamentos residenciais.
“Houve saída significativa de jovens para outros municípios, para estudo e trabalho, que não voltaram, o que desacelerou o crescimento da cidade. Cresceram as crianças e as creches, mas os moradores de 15 a 40 anos migraram para outros municípios”, explica ele, somando tais fatos à baixa fecundidade e diminuição do número de filhos e de moradores por domicílio.
Os dados finais do IBGE serão encaminhados para o Tribunal de Contas da União, para que sejam recalculados os repasses do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM.
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