Crippa volta ao cenário político para dar sustentação ao prefeito
Na Vox FM, o vereador eleito afirmou que buscará a presidência da Casa de Leis e vai enxugar a máquina pública
Foto: O Regional - Marcos Crippa, sobre presidência: ‘Nós vamos fechar a torneira da Câmara’
Por Guilherme Gandini | 25 de outubro, 2024

Um dos nomes fortes da política de Catanduva e com longa trajetória de serviços prestados à comunidade, Marcos Crippa (PL) concedeu sua primeira entrevista como vereador eleito à rádio Vox FM, na manhã desta quinta-feira, 24. Depois de oito anos afastado da vida pública, ele recebeu 1.221 votos nas eleições e voltará à Câmara Municipal a partir de janeiro de 2025.

O período longo dos holofotes da política, segundo Crippa, possibilitou que ele “oxigenasse” a mente e voltasse seus esforços à administração de empresas, função que ele desempenha até hoje. “Quando você passa a ser presidente da Câmara, como eu fui quatro vezes consecutivas, é um desgaste muito grande, porque você tem que começar a falar não”, confidenciou ele.

Segundo Crippa, ao negar pedidos dos pares, surgem problemas com aqueles que não entendem os limites da função pública. “Nós temos que ter a responsabilidade que tudo o que está na Câmara não é meu. Eu estou ali por passagem. Então tem vereador que às vezes não entende esse posicionamento do não. E aí você começa a se desgastar, você tem muito desgaste.”

Por que o retorno à vida política depois desses 8 anos?

Marcos Crippa: Foi a convite do Padre Osvaldo. Nos dois últimos anos, fiquei bem próximo do Padre Osvaldo. E aí ele me pediu para que nós retornássemos à política novamente dentro da Câmara, para que ele possa ter um pouco mais de tranquilidade na sua administração.

O sr. entendeu que era um momento adequado para esse retorno?

Olha, pelas dificuldades que nós vimos que o Padre Osvaldo enfrentou nesses dois últimos anos. Nós entendemos que era necessário ter um retorno, né? Porque muitas coisas que foram feitas contra o prefeito é questão muito política, muito partidária. Às vezes até pelo lado pessoal. Então nós entendemos que nós temos que mudar isso. Se não tiver um bom entendimento entre o Legislativo e o Executivo, fica difícil. Divergências acontecem, posicionamentos acontecem. Nem tudo você concorda, nem tudo você discorda. Mas se não tiver pelo menos o diálogo, se não tiver um pequeno entendimento para que as coisas fluam, fica difícil para administrar. E quem administra a câmara tem que saber isso. O prefeito executa. Por isso que é o Executivo. A Câmara faz leis e fiscaliza o prefeito. Essa é a função do vereador. Só que muitos extrapolam isso. Eles acham que pode mais que isso e não pode mais que isso. É o poder da Câmara. Ele é, entre aspas, limitado. Aquele vereador que vem aqui e fala que vai fazer um posto de saúde, que vai fazer uma escola, ele não vai fazer, não é atribuição do vereador. Ele vai fazer se conseguir ter um bom entendimento com o prefeito, se ele conseguir buscar essa verba fora, porque a verba própria já está toda comprometida. Então por isso que tem que ter um entendimento. Se não tem bom entendimento, quem perde somos todos nós. A cidade não anda, ela acaba travada. A Câmara não tem poder para executar, mas ela tem poder para destruir. Ela tem um poder de destruição. Se juntar um número de vereadores suficiente nos votos, trava a cidade. Então, o nosso retorno se deu muito a isso que eu assisti nesses últimos anos. A boa vontade do padre, a boa vontade em executar, boa vontade de fazer e muita coisa não consegue fazer.

O prefeito Padre Osvaldo afirmou que vai trabalhar para que o sr. seja eleito presidente da Câmara. Já há tratativas neste sentido?

Pela experiência que nós adquirimos ao longo dos nossos cinco mandatos, quatro vezes presidente da Câmara, nenhum outro vereador conseguiu chegar quatro vezes presidente. É mais fácil você ser eleito vereador do que ser eleito presidente da Câmara, porque presidente da Câmara são 13 votos. Você tem que captar sete votos para ter a maioria e ser o eleito. E cada um pensa de uma maneira. Então o que eu penso é, nós podemos contribuir para Catanduva, eu tenho que dar uma sustentabilidade para o prefeito. É isso, é isso que é o meu objetivo principal. Eu não falei com nenhum vereador ainda, só tive um contato com alguns parabenizando pela eleição. Isso é natural, isso faz parte do jogo político. Eu só tenho que agradecer ao padre pela confiança que ele deposita na minha pessoa e no meu nome para que eu conduza a Câmara. Mas quem está tratando e quem está conversando é o prefeito, que é natural em qualquer cenário, de qualquer lugar do nosso Brasil, tanto na Assembleia Legislativa como na Câmara Federal, como no Senado, há uma movimentação política através do Executivo para que ele coloque alguém ali justamente para isso, para que dê sustentação. Ele me disse que já tem os votos suficientes para que a gente possa retornar à presidência da Câmara.

O sr. tem um compromisso com o funcionalismo em economizar recursos na Câmara?

Quando nós lançamos a nossa candidatura, um dos primeiros que apareceram foi o Simcat, através do presidente Roberto e os diretores. Eles nos chamaram para que eles nos apoiassem. Então foi assim algo muito bom, porque o sindicato tem uma expressão muito forte dentro do funcionalismo. Isso nos trouxe uma credibilidade logo no início, porque foi uma reunião com vários diretores, várias pessoas ligadas a eles. O funcionalismo pode ter certeza, tanto os aposentados como os sindicalizados e os ativos que eles terão um defensor deles na Câmara. Isso é ponto pacífico. Eu me comprometi com o padre que nós vamos enxugar a máquina. Então os vereadores que querem essa mudança, querem que a gente volte à Câmara, vão ter que estar preparados para isso. Eu garanto: nós vamos fazer uma economia tremenda. Nós vamos fechar a torneira da câmara para que nós possamos devolver esse dinheiro para a prefeitura. Aí esse dinheiro sendo devolvido para a prefeitura e fica a critério do prefeito, porque é o que nós temos que entender que quem executa é o Executivo, não é o Legislativo. Eu não vou fazer mais nada, que é minha obrigação, porque se eu tenho um orçamento que é superior àquilo que eu necessito, tenho que devolver e é obrigado a devolver. Então nós vamos economizar o máximo.

Com relação a projetos, terá algum foco nesse novo mandato?

Eu já disse aqui, vou repetir, é dar a sustentabilidade para que o prefeito consiga fazer uma boa administração, todos os projetos que foram mandados por eles, todos os projetos que chegarem à casa, todos os projetos que beneficie a todos nós, estaremos defendendo. Além disso, eu posso me dedicar em cima da saúde, em cima da educação, em cima do esporte, que eu acho que tem que ter uma remodelação no esporte. Isso é uma visão minha, eu acho que tem que acontecer, tem que ter algumas coisas novas aí que nós vamos brigar por isso também. Eu acho importantíssima a Guarda Municipal, numa cidade a segurança é primordial, ela tem que ter um olhar diferenciado da administração. Então eu acho que tem que ter um investimento maior na Guarda. Eu acho que se nós conseguirmos, através de deputados, emendas para situação, para que a gente possa trazer para Catanduva, para que possa ser investido na corporação, eu acho que é de bom tamanho. Mas eu volto a dizer, o nosso objetivo é dar sustentabilidade para que o governo faça o seu trabalho, para que aplique os recursos aonde tem que ser aplicados com responsabilidade, para que traga através desses atos uma tranquilidade para a população.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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