Contratos do Mahatma geram polêmica no Conselho Municipal de Saúde
Base do prefeito Padre Osvaldo na Câmara questionou motivações de conselheiros, chegando a afirmar que teriam ligações com ex-vereadores
Foto: DIVULGAÇÃO - Vereadores e conselheiros ficaram frente a frente durante reunião na segunda-feira
Por Rodrigo Ferrari | 03 de agosto, 2022
 

Reunião realizada anteontem pela Comissão de Finanças do Conselho Municipal de Saúde de Catanduva e vereadores registrou momentos de polêmica. O encontro havia sido solicitado pelo presidente da Câmara Municipal, Gleison Begalli (PDT) e serviria para que conselheiros pudessem apresentar questionamentos relativos aos contratos firmados pelo município com a Associação Mahatma Gandhi, que gerencia os serviços da rede de atenção básica e também a UPA 24h. O secretário Rodrigo das Neves Cano também compareceu à audiência.   

Além do presidente do Legislativo, os vereadores Maurício Gouvêa (PSDB), Alan Marçal (PP), Marquinhos Ferreira (PT), Gordo do Restaurante (PSDB) e César Patrick (Republicanos) resolveram participar da reunião. A reportagem apurou que a conversa foi marcada por momentos de fortes discordância.   

Vereadores da base do prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) questionaram as motivações de conselheiros, chegando a afirmar que teriam ligações com ex-vereadores (especialmente Cidimar Porto) e a pessoas próximas ao ex-prefeito Afonso Macchione Neto. 

Entre os apontamentos feitos pelos membros da comissão estão alguns pagamentos feitos pela entidade aos médicos e também a suposta utilização de recursos do Fundo de Reserva no dia a dia, pela Associação Mahatma Gandhi.   

Isto porque esse dinheiro existe, em tese, para garantir o pagamento de indenizações trabalhistas ao término do contrato. A existência dessa reserva serviria para evitar que funcionários passassem por situações como as observadas quando o Instituto Americano de Pesquisa, Medicina e Saúde Pública (Iapemesp) abandonou a gestão da UPA, em 2015, durante a gestão do ex-prefeito Geraldo Vinholi, deixando centenas de trabalhadores sem receber.  

Desde o ano passado, a Prefeitura de Catanduva vem realizando pagamentos relativos à ação judicial movida pelo Sindicato da Saúde em favor dos funcionários da Iapemesp. Outra situação que deve ocasionar prejuízos aos cofres do município é o contrato com a Pró-Saúde, antiga gestora das unidades básicas de saúde (UBSs), que também abandonou o serviço, deixando trabalhadores sem receber.  

Em ambos os casos, os contratos acabaram sendo assumidos pela Associação Mahatma Gandhi, que desde então permanece à frente da UPA e das UBSs. Vereadores favoráveis à atual terceirizada argumentam que, por ter sede em Catanduva, as chances de um calote parecido ocorrer seriam menores. Já conselheiros temem que os recursos poderão fazer falta, no dia em que a entidade deixar de gerenciar os serviços no município. 

Autor

Rodrigo Ferrari
É jornalista de O Regional.

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