Comunidade se une para ajudar jovem que sofre com desmielinização

Matheus Izidoro Barbosa, de 25 anos, descobriu a doença em 2021 e precisou ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva

Foto: ARQUIVO PESSOAL - Para dar a Matheus a oportunidade de ter seus movimentos de volta, família organizou vaquinha virtual para o tratamento

Crescendo dentro da paróquia Santa Rita de Cássia, Matheus Izidoro Barbosa, hoje com 25 anos, sempre teve o sonho de ser padre. Em 2021, quando ele conseguiu entrar para o Seminário de Santa Bárbara d' Oeste, Matheus recebeu um diagnóstico positivo para covid-19, voltou para a casa e a sequência de fatos começou.

Primeiro, descobriu uma trombose nas duas pernas e logo em seguida teve anemia. A essa altura, ele foi internado pela primeira vez em setembro de 2021. Após um período de estabilidade, Matheus precisou passar por um outro processo de internação em março deste ano. Neste momento, a luta começou ainda mais forte, pois ele não apresentava melhora.

A mãe de Matheus, a enfermeira Ana Paula Izidoro, conta que um dia seu filho teve broncoaspiração e precisou ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ser entubado. “Foi a conversa mais dolorosa da minha vida, porque ele não conseguiu me explicar o que estava acontecendo e isso vindo do Dr. Jorge Luiz Valiatti me deu desespero”, diz Ana Paula.

Depois disso, foram 40 dias de trabalho para entender e tentar curar o que Matheus tinha. Esses 40 dias foram de amargura para Ana Paula. Foi quando a comunidade da igreja Santa Rita de Cássia se uniu em oração pela vida do jovem que cresceu lá. Vigílias foram feitas na frente do hospital em que ele estava e várias pessoas pela cidade rezavam pela sua melhora, relembra a mãe.

O jovem teve alta da UTI e o diagnóstico dado pelos médicos foi o de desmielinização. “Matheus perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Eu cuidei de pessoas a vida inteira e agora tinha que cuidar do meu filho de uma forma que nunca pensei. Ele jovem, com tantos sonhos e nessa condição totalmente dependente até para enxugar as lágrimas”, relata Ana Paula.

A alta do hospital veio somente no dia 3 de agosto, quando ela já havia sido demitida do local onde trabalhava. “Sou muito grata ao meu coordenador que me apoiou durante todo o tempo que precisei. Outra batalha se levantou com filho doente e eu desempregada, mas naquele momento o importante era a vida do Matheus”, reforça.

Hoje, ele precisa de muitos cuidados como fraldas, medicações, comida específica, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional. Apesar da ajuda incansável de sua mãe e de toda sua família, o dinheiro pode fazer a diferença para ajudar Matheus a ficar em pé novamente.

Por esse motivo, sua prima Maria Rita teve a ideia de fazer uma arrecadação virtual para que ele tenha a oportunidade de se tratar e voltar para suas atividades, em especial estar envolvido com a igreja, como sempre gostou de fazer. O link para doações é www.vakinha.com.br/3144903.

“Acredito que o melhor jeito de poder ajudar é se colocar sempre no lugar do próximo e tentar se imaginar como ele está se sentindo e o que precisa. Minha gratidão eterna ao Dr. Valiati, Francisco de Lucca, Victor Milane, Gabriel Geromel, Dra. Maria Isabel, Dra. Natália Prando, a equipe do Hospital Padre Albino, Ozeias Ujaque, 5º andar, UTI, PS, fisioterapeutas, pessoal da nutrição, limpeza e a todos que não me lembro no momento, mas trabalham no Padre Albino. Desejo que se sintam abraçados por mim, porque não tem nenhum dinheiro no mundo que pague o que fizeram por nós”, agradece Ana Paula.

Autor

Stella Vicente

É repórter de O Regional.

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