Com cuidadora, criança com Down que nem sentava passa a andar
‘Ela virou outra criança, mais ativa e independente”, relata mãe de aluna sobre os benefícios do apoio prestado em Urupês
Fotos: Divulgação - Estimulada pela cuidadora Ivone Correia, Bárbara já anda e brinca em pé na creche
Por Da Reportagem Local | 30 de julho, 2024

Diagnosticada com Síndrome de Down e cardiopatias ao nascer, Bárbara Martins Ferreira passou por cirurgia complexa logo nos primeiros meses de vida. Inicialmente incapaz de firmar o tronco para sentar, a expectativa da mãe, Elisa Martins, era que a criança começasse a andar apenas após os 4 anos, mesmo com as terapias.

No entanto, tudo mudou a mudar quando a menina ingressou na educação inclusiva com o apoio de uma cuidadora da Associação InteirAção. Agora, com 2 anos, Bárbara já anda e brinca em pé na creche de Urupês.

“Ela virou outra criança depois da cuidadora, mais ativa e independente. Em casa, ela ficava só deitada no chão parada, e hoje já levanta sozinha, interage mais e até anda. Acreditar na educação inclusiva e ter uma cuidadora dando atenção diária e estimulando ela fez toda a diferença”, comenta Elisa Martins.

O cuidador escolar é um profissional que auxilia estudantes com deficiência em tarefas básicas, como se alimentarem, locomoverem e realizarem a higiene íntima e bucal, para um acesso mais digno ao ambiente escolar.

A presença do cuidador em unidades de ensino, sejam escolas públicas ou privadas, é prevista desde 2008 pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva. Contudo, somente em 2014 é que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) definiu legalmente o papel deste apoio escolar, e atribuiu ao poder público a responsabilidade de assegurar a oferta do serviço, quando necessário e conforme indicação médica.

Embora seja direito, muitos estados e prefeituras no Brasil não contam com profissionais ou vagas suficientes em suas redes para atender as demandas de alunos com deficiências. O que faz com que famílias precisem recorrer à Justiça para conseguir acesso ao atendimento.

“Daqui a dois anos a Bárbara irá para outra escola e tenho muito medo de perder esse apoio, porque sei que é difícil. O professor apenas não dá conta de tudo. O cuidador é necessário, porque ajuda o aluno com deficiência a se adaptar e a acessar a educação com dignidade. Hoje, eu não tenho nenhuma preocupação quando deixo ela na escola, porque sei que está sendo cuidada”, ressalta Elisa.

Além de estimular Bárbara a andar, a cuidadora Ivone Correia trabalha sua autonomia para tarefas básicas. “O movimento de pinça dela era bem limitado, mas hoje ela já consegue pegar os brinquedos que quer, bebe água sozinha e até pega na colher para se alimentar”, detalha.

Evolução festejada por Elisa a cada nova etapa. “Eu quero muito que a Bárbara cresça com a oportunidade de alcançar tudo o que quiser na vida, quem sabe até uma faculdade. Esse é meu sonho”, acrescenta Elisa.

A ASSOCIAÇÃO

A Associação InteirAção, sem fins lucrativos, foi fundada em 2015 e possui como objetivo auxiliar e apoiar pessoas com deficiências e em situações de vulnerabilidades social, cultural e educacional. Desde então, desenvolve ações que possibilitem o resgate da integridade e autonomia dos cidadãos. A associação é constituída por meio da iniciativa de empresas especializadas em cuidadoria, voluntários, familiares de pessoas com deficiência e profissionais das áreas de Saúde e Educação. Saiba mais em @inteiracao e https://inteiracao.com.br/.

“O atendimento de qualidade que oferecemos nos coloca em uma posição de muita responsabilidade, e ao mesmo tempo de destaque nessa área. Nossas equipes passam por processo de seleção criterioso, pois é fundamental que o profissional seja atencioso, paciente, afetuoso, dedicado, com boa inteligência emocional e saiba se adaptar às especificidades de cada deficiência. A assistência prestada a Bárbara é um claro exemplo de como buscamos atuar”, finaliza Nelson Pizzo, presidente da InteirAção.

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Da Reportagem Local
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