Cirurgia robótica substitui joelho e beneficia pessoas com artrose
Pacientes atestam benefícios do procedimento com uso do equipamento, como a recuperação mais rápida e sem dor
Foto: Divulgação - Robô oferece ao cirurgião uma visão tridimensional e ampliada dos ossos e tecidos
Por Da Reportagem Local | 01 de junho, 2023

Como o barulho típico de uma cadeira de balanço ou porta enferrujada, o ranger do joelho, ao menor movimento, incomodou durante cinco anos o empresário do mercado financeiro João Dias Neto, de 59 anos. Em março passado a agonia teve fim. O empresário aposentado se submeteu à cirurgia robótica no Austa Hospital, de Rio Preto, realizada por médicos com o auxílio do robô Rosa Knee System, a mais alta tecnologia para substituição total do joelho.

“É uma tecnologia impressionante, que veio para ficar. Fiz na quinta-feira e poderia sair andando sem ajuda alguma no domingo. Só saí com andador porque o médico pediu cautela”, conta o empresário, morador de Rio Preto.

Dias Neto convivia havia cinco anos com uma artrose, problemas que atinge cerca de 60% dos idosos no Brasil, estimam as entidades e profissionais de ortopedia. “Eu me arrependo de não ter feito a cirurgia robótica antes”, afirma o aposentado.

Desde novembro do ano passado, a cirurgia robótica é realizada no Austa Hospital, onde foram feitos 37 procedimentos, todos com resultados bastante positivos e que confirmam as vantagens do modelo em comparação à cirurgia convencional, sem o uso do robô.

O comerciante José Roberto Luize, de 69 anos, que o diga. Um ano atrás, ele operou um joelho em procedimento convencional. Há três meses, fez a cirurgia robótica. “Não há como comparar. Hoje, 90 dias depois o joelho operado com o robô se encontra num estágio em que o outro joelho precisou de seis meses para alcançar. A recuperação é muito melhor e muito menos dolorida”, afirma José Roberto. “Ao pôr o pé no chão, ele incha muito menos.”

Dias Neto, Célia e José Roberto faziam parte de um contingente de milhões de pessoas que convive diariamente com o ranger do joelho, resultado da artrose desta articulação. Mais da metade são idosos, dos quais 20% sentem dor e precisam de cirurgia para recuperar o bem-estar. “Só no Estado de São Paulo, são 3 milhões de idosos com este problema na articulação, dos quais, 600 mil têm no procedimento cirúrgico a melhor alternativa de tratamento”, afirma o ortopedista Marcos Zanovelo Bueno, especialista em cirurgia robótica de joelho do Austa.

A CIRURGIA

Os excelentes resultados e o bem-estar proporcionado ao paciente após o procedimento são obtidos porque o robô oferece ao cirurgião informações para ajudá-lo a alcançar a maior precisão e eficiência no planejamento e execução da cirurgia. Auxilia até no posicionamento adequado do implante, levando em consideração a anatomia específica do paciente.

O joelho é uma articulação cuja anatomia é bastante individualizada, portanto, a cirurgia para substituição total do joelho deve ser adequada a cada paciente, explica o ortopedista Aldo Costa, outro especialista no procedimento. O sistema formado pelo robô e o computador analisa a anatomia do joelho, o seu eixo (varo ou valgo) e a rotação com extrema precisão, fornecendo os dados que permitem ao cirurgião implantar a prótese de forma mais perfeita possível.

Os benefícios são enormes. “O paciente operado com o auxílio do robô tem os movimentos do joelho mais adequados, melhor mobilidade, adquirida em menor tempo e são extremante reduzidas as chances de sentir dor”, destaca Costa.

Marcos Zanovelo ressalta que a vantagem da cirurgia robótica em relação ao método convencional é a visão tridimensional e ampliada que o médico tem dos ossos e tecidos. “Isto possibilita maior precisão de movimentos e menor risco de complicações durante o ato cirúrgico. Esses fatores contribuem positivamente no resultado, diminuindo as chances de complicações no pós-operatório e o tempo de internação hospitalar”, pontua o ortopedista.

Tamanha precisão é obtida por plataforma robótica com ferramentas de planejamento pré-operatório em três dimensões (3D) e que fornece ao cirurgião dados intraoperatórios em tempo real sobre tecidos moles e anatomia óssea, projetada para facilitar a precisão do corte ósseo e análise de amplitude de movimento. A tecnologia e seu uso são aprovados pela Anvisa.

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Da Reportagem Local
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