José Nilton Ferreira da Silva, 62, é o mais velho de cinco irmãos. Depois dele nasceram Maria Eunice, Maria da Conceição e as gêmeas Marli e Marlene. Quando o serralheiro tinha 7 anos, a sua mãe Neusa Ferreira da Silva morreu ao dar à luz ao sexto bebê, que também não resistiu. Na época, eles moravam em Iramaia, na Bahia. Hoje, todos estão no estado de São Paulo.
Essa história foi contada pela Vox FM e pelo jornal O Regional há dois meses, depois que a filha de José Nilton entrou em contato e relatou que o pai procurava há décadas pelas irmãs gêmeas, já que a família tinha se separado depois da morte de dona Neusa. As gêmeas Marli e Marlene acompanharam o pai, Francisco Alves Moreira, e José Nilton ficou com parentes na Bahia.
A última pista sobre o paradeiro das gêmeas levou a família a buscar por informações em Catanduva. Depois que a reportagem foi veiculada, as gêmeas foram localizadas e os irmãos conversaram por telefone, mais de 50 anos depois da separação. No último sábado, 1º de junho, o abraço da família, enfim reunida, finalmente aconteceu em uma chácara da região.
“Em toda a minha vida sempre me dediquei a procurar elas, que eram quatro, achei duas e ficou faltando as duas gêmeas. Até (que) a sua reportagem foi ao ar e facilitou as coisas. A gente está realizando esse encontro aqui hoje”, relatou José Nilton, emocionado, à repórter Lívia Gandolfi, da Vox FM. A explicação feita por ele foi interrompida, por causa das lágrimas.
Marlene mora em Mirassol, enquanto Marli reside no Jardim das Palmeiras, em Pindorama. Ela tentou relatar o que sentiu ao saber que seu irmão a procurava. “Foi maravilhoso. Uma emoção, sabe? Porque tantos anos sem se ver, né”, disse, afirmando que não acreditava que iria reencontrá-lo. “Eu já tinha perdido a esperança. A gente nem sabia mais que ele estava vivo.”
Maria da Conceição, que trabalha em uma escola e mora em Araçatuba, relembra a emoção sentida quando soube que as irmãs foram encontradas. “Fiquei muito emocionada. Eu saí correndo lá na escola, chorando, falando pra minhas colegas que eu tinha achado as minhas irmãs que estavam desaparecidas. Foi muito bom. Fiquei muito feliz com o reencontro.”
Ela mantém contato com o José Nilton, que mora em São Bernardo do Campo e a visita duas ou três vezes por anos, e também ajudava na busca pelas irmãs. “A gente já tinha procurado bastante, eu e a minha outra irmã. A gente procurava na internet, digitava o nome delas, mas não sabia sobrenome. Era um sonho que a gente tinha e graças a Deus se realizou, né?”
Com o quebra-cabeça familiar refeito, a partir de uma forcinha dada pelos veículos de imprensa, José Nilton reencontrou as irmãs gêmeas e ainda descobriu que tem muito mais parentes do que imaginava. A família, além de estar mais uma vez reunida, está bem maior. “Minha família era bem pequena, graças a Deus, graças a vocês, que a nossa família se tornou grande agora.”
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