Cia do Tijolo apresenta ‘Corteja Paulo Freire’, hoje, no Sesc Rio Preto
Obra musical poética com bonecos gigantes inspirada no pensamento do educador pernambucano chega à unidade nesta terça
Foto: Flávio Barollo - Companhia promove um coro para reabertura dos trabalhos após longo inverno
Por Da Reportagem Local | 12 de março, 2024

O Sesc Rio Preto recebe terça-feira, dia 12 de março, às 19h30, o espetáculo Corteja Paulo Freire, da Cia do Tijolo, de São Paulo, trabalho musical poético que aborda assuntos como emancipação e a transformação social no acesso a direitos, com entrada gratuita. A apresentação acontece na área externa da Comedoria e integra a programação ‘Direitos humanos para todas as pessoas: da palavra ao movimento’, realizada pelo Sesc São Paulo, entre os dias 7 e 17 de março.

Com bonecos gigantes de Patativa do Assaré, Federico Garcia Lorca, Ivone Gebara, Dom Helder Câmara e do próprio Paulo Freire, a companhia promove um coro para reabertura dos trabalhos depois de um longo inverno.

“Como no carnaval de Olinda, no momento da saída do Homem da Meia-Noite que inaugura o carnaval, como nas saídas de santo ou nas procissões católicas, nos juntaremos aos nossos bonecos gigantes para abrir nossos trabalhos após o fim da pandemia. Junto de nós, o aniversariante, nosso personagem principal, Paulo Freire”, comenta o grupo sobre o educador, autor da Pedagogia do Oprimido (1968), que em 2021 fez 100 anos.

“Nosso patrono da educação é um dos pensadores brasileiros mais importantes, o mais reconhecido internacionalmente, um dos intelectuais mais citados em artigos acadêmicos, teses e dissertações mundo afora. Isso já seria motivo de sobra para cantarmos em verso e prosa a existência desse pernambucano eminente”, completam seus integrantes.

A criação de uma “corteja”, assim, no feminino, mistura do substantivo cortejo e do verbo cortejar conjugado na terceira pessoa do singular, ou na segunda pessoa do imperativo afirmativo (corteja!), busca promover a ideia de coletividade, respeito, caminhada, gentileza, cumprimentar- se, cuidado e galanteio.

A relação da Cia do Tijolo com Paulo Freire é antiga e estruturante de sua maneira de ver, pensar e agir ética, estética e politicamente, conforme conta a trupe. O nome do grupo surgiu das primeiras leituras da Pedagogia do Oprimido.

No processo de alfabetização dos trabalhadores de Angicos (RN), em 1963, o professor descobriu que deveria, antes de mais nada, buscar nas experiências concretas de produção e reprodução da vida e no vocabulário daqueles homens e mulheres, palavras que fossem prenhes de sentido e a partir das quais fosse possível iniciar o processo de fazê-los desbravar o mundo das palavras lidas e escritas, sem nunca desprezar seus saberes próprios acumulados.

“A palavra altamente significativa daquele determinado grupo, geradora daqueles trabalhadores, foi ti-jo-lo. Revelou-se assim, o nome, freirianamente, Cia do Tijolo. Alguns anos depois, iríamos criar o espetáculo Ledores no Breu, baseado na práxis do pensador pernambucano.”

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