Criada em 1995 pelos atores profissionais, dramaturgos, diretores e produtores Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues, a Cia. da Casa Amarela chega aos 30 anos de dramaturgia, com centenas de prêmios, reconhecimento da crítica especializada e classe artística, educadores, pais e, acima de tudo, de milhares de crianças e jovens de todo o país.
Levando o nome de Catanduva a festivais nacionais e internacionais, a Cia. a Casa Amarela já realizou também inúmeras temporadas em teatros importantes da capital paulista como o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), Teatro Cacilda Becker, Teatro do Sesc Vila Mariana, Teatro do Sesc Belenzinho e, constantemente, volta a se apresentar em São Paulo, em teatros e unidades do Sesc, bem como em diversos estados do país.
Referência em dramaturgia e estética para a infância e juventude, o grupo expandiu seu teatro amarelo, como denominam Drika e Carlinhos, além-fronteiras, sendo respeitado e reconhecido internacionalmente por artistas, diretores, produtores de diversos países.
Única companhia teatral do interior paulista a conquistar três prêmios da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e com três espetáculos diferentes, também é a única premiada com três Troféus Mambembe, além de mais de 100 premiações em festivais e de se apresentar em importantes eventos culturais como Projeto Mosaico, Mostra Sesi de Teatro, Caravana Paulista, Caravana Cultural, Virada Paulista, Segundas no Memorial da América Latina, entre muitos outros.
Em documentário de 2021, “Um Toque de Amarelo”, artistas da França, Itália, Portugal, Turquia, Argentina e Brasil cumprimentam a trupe catanduvense, que também acaba de lançar um nome documentário, “30 anos de Teatro Poético”, também disponível no Youtube Cia da Casa Amarela.
Ao contrário do que possa transparecer, a Cia. da Casa Amarela, ao longo desses anos, trabalhou com inúmeros artistas catanduvenses, da região e de outras localidades, seja no palco como atores, músicos e bailarinos ou ainda na ficha técnica como diretores, dramaturgos e produtores. Além de Jone Vieira, técnico de áudio e iluminação, que trabalha com a companhia há 29 anos e do filho do casal, Ian Costa, que já atua como ator desde 2011 e como dramaturgo e, mais constantemente, como músico, dezenas de profissionais já trabalharam em diversos espetáculos e produções. Também mantém parceria há 14 anos com a fotógrafa Vivian Gradela, que foi aluna da Cia. da Casa Amarela, entre muitas outras pessoas.
Outra ação que tem rendido muitos frutos importantes e aplausos é o trabalho da Cia. da Casa Amarela Jovem, dos alunos do curso de teatro de Drika e Carlinhos que, além de relevantes espetáculos montados, também tem participado de vídeos, clipes, web séries como “Bi & Ju” e da Banda Plataforma 9¾ - produzida e dirigida pela Cia. da Casa Amarela.
Para os atores catanduvenses, a grande marca da Cia. da Casa Amarela foi, ao longo dos anos, o Projeto Teatro/Escola: “Milhares de crianças de escolas públicas e particulares iam ao teatro, anualmente, assistir aos nossos espetáculos. Realizávamos inúmeras apresentações e bate-papos com os alunos que se acostumaram a acompanhar as nossas produções e trajetória”, conta Drika Vieira. No entanto, hoje isso já não é possível, porque “nas décadas de 90 e início dos anos 2000, as escolas públicas tinham autonomia para levarem seus alunos ao teatro, no entanto não têm mais essa decisão em mãos. E o processo para levar alunos ao teatro atualmente é muito burocrático e você não consegue atender a todas as crianças. Pena, porque não só nos perdemos. Quem mais perde é a comunidade que fica sem acesso ao teatro de qualidade e muitas vezes é submetida a trabalhos menos qualitativos”, completa a atriz.
Carlinhos Rodrigues reforça que “é impossível desassociar a escola do teatro. Todo e qualquer país de primeiro mundo coloca Educação e Cultura como bens essenciais e as duas caminham juntas. Um complementa o outro e, embora o teatro não tenha a obrigação de educar ou transmitir valores, sempre terá o fator de expansão do olhar e despertar estético que, com a parceria da escola, terão um êxito muito maior, mais expressivos e transformadores.”
Comemoração é marcada por dois espetáculos
Para comemorar os 30 anos da Cia. da Casa Amarela, Drika, Carlinhos e Ian iniciaram intensa pesquisa há alguns anos sobre um tema que cala muito fundo e é a essência desse teatro amarelo: o sonho. Para isso, iniciaram a produção de dois espetáculos: “Luna”, inspirado em poemas do poeta espanhol Federico García Lorca, destinado a bebês e primeira infância; e “Quem dera ser Quixote!”, a partir da obra gigantesca de Miguel de Cervantes, abordando o universo do personagem Dom Quixote.
“Luna” já estreou no final de novembro em sete apresentações dentro do edital PNAB, Lei Aldir Blanc, e emocionou crianças e adultos. “Quem dera ser Quixote!” tem estreia agendada para março.
Para as duas produções, além dos meses de pesquisa com livros e internet, Drika, Carlinhos e Ian viajaram à Espanha, em junho de 2024, para vivenciarem in loco a cultura, atmosfera e permutar experiências com artistas locais. Para a peça “Luna”, que tem em sua dramaturgia e estética o universo flamenco de García Lorca, os três passaram dias de intensa vivência cultural na Andaluzia, principalmente em Granada, cidade do poeta, e em Sevilha, Cádiz e Málaga.
Além dos espetáculos, há uma programação que envolve cursos, oficinas, exposições, o livro de 30 anos e muito mais, segundo os artistas catanduvenses. Acima de tudo, a Cia. da Casa Amarela prepara-se para realizar muitas apresentações para escolas e temporadas. Aliás, o agendamento já começou e, em breve, estará na estrada novamente.
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