Em 1º de agosto de 2022, Catanduva tinha 115.785 habitantes, de acordo com o resultado do Censo Demográfico divulgado nesta quarta-feira, 28, pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Desde 2010, quando foi realizada a última contagem populacional e cujo resultado foi de 112.820 habitantes, a população local cresceu 2,62% ou exatas 2.965 pessoas.
O resultado do Censo de 2022 mostra que o crescimento populacional do município foi de 0,08% ao ano no período, índice bem inferior à média nacional que, segundo o IBGE, foi de 0,52% - o menor crescimento da série histórica iniciada em 1872, na primeira operação censitária. De 2010 a 2022, a população brasileira cresceu 6,5% e chega agora a 203,1 milhões de pessoas.
O Regional antecipou os números do Censo em Catanduva no início deste mês, tomando como base a apresentação dos dados preliminares feita pelo IBGE no auditório Prof. Edgard Antunes, no Paço Municipal, no dia 7. A exibição foi acompanhada por representantes do poder público e da sociedade civil e revelou que a cidade chegaria no patamar de 115.700 habitantes.
A apuração presencial feita casa a casa pelos agentes do IBGE terminou com 112.182, resultando em média de 2,62 moradores por domicílio. Para o cálculo da população final, o instituto levou em conta 1.350 domicílios que não foram recenseados por recusa, levando em conta a média de moradores por imóvel. Isso acresceu cerca de 3.500 pessoas à contagem feita in loco.
Nos primeiros resultados do Censo revelados pelo IBGE também consta a densidade demográfica de Catanduva, que passa a ser de 398,44 habitantes por km², já que a área do município é de 291 km². Também é possível constatar que foram necessários mais de 50 anos para que a população praticamente dobrasse de tamanho, já que em 1970 a cidade tinha 58.251 habitantes.
OUTROS NÚMEROS
Os dados divulgados pelo IBGE ainda não trazem minúcias sobre o trabalho de contagem feito nas ruas. Porém, conforme a apresentação preliminar divulgada no início do mês, o órgão mostrou que o número de domicílios em Catanduva passou de 41.736, em 2010, para 52.522, no ano passado. Desses, 44.061 foram contabilizados de forma presencial, internet ou telefone.
O IBGE registrou, ainda, 6.376 domicílios vagos, em que não moram ninguém, 2.038 de usos ocasionais por pessoas que não residem na cidade, 12 domicílios coletivos com moradores, como hotéis e pensões, 20 coletivos sem moradores e, por fim, 15 domicílios improvisados – são pessoas que moram nas ruas, embaixo das pontes e dentro de vagões de trem.
MENOR RITMO
O coordenador de área do IBGE, Edson da Silva, explicou, ao apresentar os números preliminares no dia 7 de junho, que o crescimento populacional de Catanduva perdeu ritmo devido à saída dos jovens para outras localidades, em busca de qualificação profissional, aliada a outros fatores.
“Houve saída significativa de jovens para outros municípios, para estudo e trabalho, que não voltaram, o que desacelerou o crescimento da cidade. Cresceram as crianças e as creches, mas os moradores de 15 a 40 anos migraram para outros municípios”, afirmou ele, somando tais fatos à baixa fecundidade e diminuição do número de filhos e de moradores por domicílio.
População ‘encolheu’ diante das estimativas
Segundo o IBGE, em 2000, Catanduva tinha 105.847 habitantes. Dez anos depois, no Censo 2010, foram contadas 112.820 pessoas. A projeção para este ano seguia a estimativa de 123.114 moradores, número que ficou bem distante da realidade de 115.785 divulgada nesta quarta. Um dos reflexos disso é a redução de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já que a estimativa populacional norteava os cálculos dos coeficientes do FPM até então.
Para evitar as perdas de recursos para cerca de 800 municípios brasileiros, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram projeto de lei que prevê transição de dez anos para os municípios serem reenquadrados em índices de distribuição de recursos do FPM.
A proposta teve autoria do ex-deputado e atual senador Efraim Filho (União-PB) e, segundo o texto, a partir de 2024 os municípios que teriam redução automática dos índices contarão com uma redução gradativa de 10% ao ano ao longo de dez anos. Assim, somente após esse período é que os novos índices valeriam integralmente em função da diminuição da população.
De acordo com verificação feita por O Regional no site do Senado, o projeto que trata do tema foi remetido à presidência na terça-feira, 27 de junho, com prazo até 17 de julho para sanção.
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