A jovem catanduvense Ana Júlia Belíssimo, de 17 anos, conquistou o 1º lugar na categoria jovem do 6º Concurso de Contos e Crônica de Ourinhos. Ela se inscreveu com a crônica intitulada “Valentina”, que foi escrita em homenagem à sua avó. Segundo Ana Júlia, a paixão pela literatura vem de anos e serve como um escape e desabafo.
Ela conta que quando tinha 13 anos de idade, sofreu várias perdas e viu na escrita uma oportunidade de “colocar tudo para fora”, como a própria diz. Na ocasião, uma amiga a incentivou a criar um perfil nas redes sociais para postar os textos e, desde então, Ana vem colecionando experiências e conhecendo pessoas novas que também escreviam por lá. A ideia deu tão certo que a jovem acabou lançando um livro de forma online.
“No começo, eu escrevia muito sobre as pessoas que apareciam nos meus sonhos, sobre o que acontecia com elas e tudo mais. Atualmente é sobre coisas que acontecem comigo. Pego muitas inspirações de escrita em músicas, principalmente da Taylor Swift, pois eu penso nela como uma mentora. Escrevo sobre as amizades que tive, meus amores e pesadelos”, relata.
Ana Júlia estuda no Sesi e o concurso de Ourinhos surgiu como sugestão de um professor de português. “Na época, ele havia me dito sobre outro concurso e eu estava focada nele, pois eu nunca havia escrito uma crônica, porém eu pensei em tentar. Escrevi um texto e mandei para ele, mas o texto estava realmente bem ‘meia boca’ e ali eu senti que ia desistir de participar”, relembra.
PERSISTÊNCIA
No entanto, em uma noite, após ouvir uma música, começou a escrever. Ela encaminhou o novo texto a uma antiga professora de português, que chegou a ficar emocionada ao ler. Ana decidiu então enviar a crônica para o concurso, ainda duvidando de que iria muito longe. “Tudo mudou na quarta-feira da premiação, quando eu recebi uma mensagem sobre a entrega dos prêmios, que seria em uma cidade a três horas de distância, mas eu fui e ganhei em primeiro lugar”, conta a jovem escritora.
A inspiração para a crônica campeã veio de sua avó Valentina. A primeira frase escrita foi “que eu seja tão valente quanto seu nome", que serviu como título à obra.
Ela descreve a crônica como sendo sobre arrependimento e tentativas de reconciliação. “Como são pessoas mais velhas, elas possuem um pensamento muito diferente da geração mais nova e foi por isso que me afastei. Na crônica eu coloco minhas emoções, de forma que eu diga que não vale a pena perder um ente querido somente por pensarmos diferente. Ainda mais os avós”, explica.
Para a jovem, ter seu trabalho reconhecido foi uma das coisas que mais poderiam deixá-la feliz. “Isso é realmente engraçado. Na mesma semana na qual ganhei o concurso eu estava pensando em desistir, pois meus posts não estavam gerando engajamento e tinham pouquíssimas curtidas. E, querendo ou não, isso desanima. Escrever é minha paixão e eu me acho realmente boa no que faço. Eu me dediquei tanto a esse texto e ver que as pessoas foram atrás de lê-lo e gostaram me deixa incrivelmente feliz.”
Ela ainda afirma que pretende lançar livros e participar de concursos e eventos. Porém, não pensa em seguir na área como profissão, apenas como hobby. “Não quero que minha escrita seja obrigatória, pois sinto que, se ela for, perderá a magia. Quero que em algum futuro próximo eu possa fazer vídeos sobre o que escrevo, para aprofundá-los no visual, assim como em videoclipes de músicas”, projeta.
Autor