A desatenção no descarte de pilhas e baterias pode resultar em diversas complicações, desde contaminação do solo e da água até doenças que podem afetar quem entrar em contato com um local onde esses materiais foram descartados incorretamente. Por isso, o lixo comum não deve ser o destino desses produtos, que possuem líquido tóxico em seu interior.
Sem qualquer campanha educativa realizada pelo poder público em Catanduva, a população precisa direcionar esses itens, por conta própria, aos caminhos ambientalmente corretos. Para auxiliar nessa missão, O Regional mapeou quais instituições coletam pilhas e baterias na cidade e, para isso, questionou Prefeitura, associações e outras entidades de relevância.
A primeira constatação no levantamento foi que o principal movimento em favor do descarte correto é liderado pelo Sincomercio Catanduva, que aderiu em 2017 ao programa de Logística Reversa da Federação do Comércio de São Paulo, a FecomercioSP. De lá pra cá, a entidade já arrecadou mais de 500 quilos de pilhas e baterias – descartando-as da forma correta.
Presidente do Sincomercio, Ivo Pinfildi Júnior salienta que tanto os comerciantes que aderiram ao programa quanto os consumidores que levam as pilhas e baterias aos pontos de coleta estão praticando um ato de cidadania e respeito ao meio ambiente.
“Vivemos em um mundo cada vez mais individualista em que os cidadãos têm certa resistência para adotar práticas que beneficiem o bem coletivo. O programa de Logística Reversa incentiva o respeito ao meio ambiente e a reciclagem, por isso é muito importante a ajuda e envolvimento de toda a população nesse processo”, enaltece.
Cerca de 40 empresas tornaram-se pontos de coleta no programa. Já o Sincomercio é ponto de entrega secundário, para onde o comerciante encaminha as pilhas e baterias portáteis recebidas em seu estabelecimento. Os produtos são, ao final do percurso, descartados de forma ambientalmente correta pelos fabricantes e importadores, após a recolha pela FecomercioSP.
Apesar de muitos empresários abraçarem a proposta por livre iniciativa, a adesão a programas de logística reversa é, também, obrigação. Isso porque fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dessa cadeia produtiva possuem responsabilidade compartilhada e encadeada, conforme legislação, para fazer a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.
A Logística Reversa está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tema que a Prefeitura de Catanduva fez questão de abordar quando questionada sobre a coleta de pilhas e baterias e campanhas neste sentido. Pela resposta, veio à tona uma evidência: não há nenhum tipo de ação em andamento neste sentido na administração do prefeito Padre Osvaldo.
“Assim como prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é dever dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pilhas e baterias disponibilizar aos consumidores, locais para o recebimento das pilhas e baterias inservíveis; realizando a logística reversa desses resíduos”, escreveu Júlia Cassiano Wayego, secretária de Meio Ambiente.
Segundo ela, no município, atualmente, instituições como Sincomercio e Senac disponibilizam pontos de entrega voltados aos munícipes e, no âmbito municipal, o programa de educação ambiental direcionado aos resíduos de pilhas e baterias foi suspenso no início da pandemia e deverá retornar em 2023, com ações de conscientização junto a geradores e consumidores.
“No período pandêmico, o Centro de Educação Ambiental Municipal (CEA) continuou as ações de recebimento e armazenamento desses inservíveis gerados pelos setores públicos”, frisou a gestora, fazendo referência às pilhas e baterias utilizadas pela própria Prefeitura.
OUTROS PONTOS
A Superintendência de Água e Esgoto de Catanduva - Saec é um ponto de descarte de pilhas e baterias. A entrega pode ser feita na central de atendimento, mas o destino que tais produtos recebem não está muito claro. “A Saec está em tratativas com uma empresa que faz a coleta e descarte ambientalmente correto desses materiais”, frisou a assessoria de imprensa do órgão.
Outras opções para o cidadão são o Sesc e o Senac Catanduva, que disponibiliza um ponto de coleta para pilhas e baterias, em um dos corredores da unidade, há mais de 7 anos. “Nos últimos três anos, foram coletados aproximadamente 150 quilos de material que foram encaminhados a uma empresa de logística reversa, responsável por dar a destinação correta”, explicou.
HOSPITAIS
O Regional questionou, ainda, as três principais instituições de saúde do município sobre como é feita a gestão de pilhas e baterias dentro de suas rotinas administrativas e se, eventualmente, são pontos de coleta. A Fundação Padre Albino e o Hospital Mahatma Gandhi não responderam.
O Hospital Unimed São Domingos (HUSD) informou que esses materiais são coletados de forma separada pelo Programa de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) e na Manutenção, com destino para reciclagem – assim como papel, plástico e papelão.
ONDE ENTREGAR PILHAS E BATERIAS
Quem tem pilhas e baterias portáteis em casa pode fazer o descarte voluntário no Sincomercio Catanduva, que fica na av. Benedito Zancaner, 720, no Jardim do Lago, ou nos seguintes pontos: Agi Clean, AS Telecom, Automasoft, Bios Computadores, Casarão das Águas, Casas Bahia, Dalto Joias, FG Cosméticos, Hortensia Presentes, Hortensia Elisiário Center, Inkajet, Julya Presentes, Livraria Olavo Bilac, Lojas Americanas, Luciana Magazine, Lupcell Celular, Mercadinho Soares, Mickey Modas, MM Informática, Nexos, Oka Colchões, On Byte, Ouromil, Quarto e Art, Sacolão Cheiro Verde, Silvia Armarinhos, Shopping Digital, Sonhare, Supermercado Bugança, Supermercado Iquegami, Supermercado Simões, Supermercado Oliveira, Território do Esporte, Virtual World e Yes Yet. Outros pontos são o CEA, Saec, Senac e Sesc Catanduva.
Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pilhas e baterias devem realizar a logística reversa
Autor